Na mitologia Grega, Gaia “Terra” começa sua jornada com uma imagem de um nevoeiro rodopiante, no vácuo negro – o caos, era o espaço vazio primordial. Gaia envolvida em véus brancos, rodopiava na escuridão, em sua dança tornou-se visível ao rodopiar cada vez mais rápido, seu corpo “a crosta Terrestre” se transformou em montanhas e vales; em seguida, o suór escorreu dela formando rios, que se juntaram e formaram os mares e oceanos e, finalmente, seus braços voadores geraram o vento e logo depois o céu, “a atmosfera” que ela chamou de Ouranos, o qual tornou-se seu protetor e companheiro. Desta fecunda união entre céu e terra foram geradas as florestas, os animais e os seres humanos. Desde o começo, para satisfazer a curiosidade humana, Gaia deixou que seu conhecimento e sabedoria vazassem através de rachaduras na Terra, em lugares com Delfos, onde suas sacerdotisas as interpretavam para o povo.
A história científica da criação de Gaia guarda outros paralelos com o mito Grego. Reconhecemos agora que a Terra como um ser autocriativo único no sistema solar, que adquiriu vida em sua “Dança Rodopiante” pelo espaço ao redor do Sol, transformou-se e tornou-se cada vez mais viva, criou sua própria atmosfera e assim todas as formas de vida.
A história da Dança de Gaia, portanto, está sendo contada mais uma vez, enquanto reunimos os detalhes científicos da dança da vida de nosso planeta. Em seu contexto, a evolução de nossa espécie adquiriu uma nova significação em relação ao todo, pois somos a única espécie que destrói e prejudica o ambiente onde vive. Logo que compreendermos a fisiologia de nosso planeta , a visão sobre o uso, a ocupação e exploração dos recursos naturais irá mudar profundamente, revelando a forma de solucionar o que agora parecem ser os nossos maiores e mais insolúveis problemas, uma vez que , a vida na Terra continuará sem a raça humana , o planeta já passou por diversas fases de extinção em massa e após essas catástrofres a biodiversidade sempre se renovou.
Do ponto de vista de Gaia, nós, seres humanos, somos uns experimentos – uma espécie que como todas as outras caminha rumo à extinção - os seres humanos são os únicos habitantes de Gaia que criam conflitos entre si e com outras espécies e que não aprenderam a sincronizar sua própria Dança com a Dança de todo Planeta. Ao contrário da maioria das outras espécies, não somos biologicamente programados para saber o que fazer. Em vez disso, somos um experimento em livre-arbítrio.
Vinicius Peixoto é Presidente da Juventude do PMDB – Cabo Frio, Vice-Presidente da ONG – Centro de Estudos e Proteção do Meio Ambiente Aquático (CEPMAA), membro da Comissão de Direitos Ambientais e Ecológicos (CDAE) da OAB Cabo Frio e colaborador da União Estadual de Pesca e Aqüicultura do Rio de Janeiro (Uepa-RJ), além de cronista colaborador do Blog Cartão Vermelho
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