Bom dia leitores/eleitores,
Estou com esta expressão: “memória seletiva” me perseguindo já faz quase uma quinzena, e volta e meia ela chega até a me atrapalhar quando trato de assuntos outros, e que aparentemente nada tem a ver com certas travessuras dos nossos cérebros. Neste domingo, lá me vem ela de novo enquanto leio o artigo de João Gomes para o Cartão – muito bem colocado por sinal! Outro que postou um texto fantástico e que recomendo atenta leitura, foi o Prof. Chicão sob o título “Neoliberalismo e sofrimento”. Meus encômios a ambos!
Mas afinal, o que vem a ser MEMÓRIA SELETIVA? É uma expressão forjada por psicólogos e incorporada ao vocabulário leigo, para definir/resumir o mecanismo mental, que nos protege de lembranças inconvenientes. No “popular”, seria quando se diz/pensa: “não sei, não quero saber, e tenho raiva de quem sabe”.
Não vou chegar ao absurdo e dizer que esta espécie de bloqueio (outra palavra de lavra dos doutores da mente) vem – necessariamente; de propósito ou que seja fruto de uma profunda meditação. Na verdade, na grande maioria das vezes esta amnésia parcial surge espontaneamente, e quanto mais impulsiva ou irrefletida é a pessoa, mais freqüente e involuntariamente se aciona o “esquecimento”, quase como uma segunda natureza subjetiva.
Cabe ressaltar, que se por um lado a memória seletiva pode - de forma provisória; proteger-nos de um sofrimento interno moral, o que nossas avós chamavam de “dor na consciência”, por outro lado nos torna alvo fácil (externo) de sermos adjetivados como: mentirosos, desonestos, traidores e outras coisas impublicáveis.
Agora mesmo – enquanto escrevo; na TV está o Presidente Lula dizendo que já viu “... o Sérgio Cabral com os olhos marejados de lágrimas pelo povo do Rio de Janeiro...”(sic). Quando Senhor Presidente? Foi nas tragédias (anunciadas) de Angra dos Reis ou dos Morros de Niterói – só para citar as mais recentes? Foi quando ele bradou para os quatro ventos na inauguração da UPA de Cabo Frio que “a Justiça é Marquinho Mendes”? Não, Senhor Presidente, o Cabral chorou sim e de soluçar, sabe quando? Foi quando perdemos os Royalties – foi filmado pela TV Globo e passou em rede nacional!E isto (lágrimas) não faz o Sr. Cabral, nem mais nem menos apto a continuar governando o nosso estado. Mas tudo nos leva a crer que os sentimentos do moço residem no bolso e não no peito.Neste eu não voto nem morta!
Gosto do Lula, sempre votei em Lula, e não estou criticando o fato dele pedir votos para gente da sua coligação – como manda o "estatuto da gafieira" do TSE. Ao contrário de outros por aí, que usam telemarketing para pedir voto para qualquer um que seja conivente com seus interesses pessoais. Mas este é um exemplo clássico de memória seletiva: o cara realmente chorou, mas não pelo motivo alegado! O que no nosso universo eleitoreiro pode fazer uma diferença enorme. Todo mundo sabe que Brasileiro tem coração mole!
E como pau que dá em Chico dá
Neste caso, a memória seletiva, não é a dos Tucanos, mas eles contam fazer com que a nossa amnésia parcial seja posta
Mas, voltemos ao nosso micro-universo Cabofriense, e que em nada difere do Brasil e até (pasmem) da Europa – recebi uma carta da minha sogra falando da memória seletiva a
O aludido cidadão que incorporou (afoitamente) um patronímico que não lhe pertencia, para pegar carona nos feitos e na notoriedade alheia, deve realmente estar empenhando as “cuecas do avô” para tentar minimizar os efeitos (agora) indesejáveis desta escolha. Isto por que: se ele consegue se desvincular do nome do antigo “padrinho”, volta a ser mais um “famoso ninguém” no mar dos Alexandres que existem por aí – e terá que zerar sua “carreira política” começando tudo de novo; e se não (que é o mais provável) vai ser alvo de “fogo amigo” e inimigo também. Se fosse comigo, eu mudava de “profissão”. E por falar nisso desde quando “político” é profissão? E até de cidade! Algo assim como fez o Gen.Figueiredo ao deixar a “presidência” do nosso último governo autoritário, e disse à imprensa: “Eu quero é que me esqueçam!” e se exilou no Sítio/haras de Correias-RJ, com seus compadres eqüinos.
Tudo isso, vem ao caso? Por quê? Vem ao caso por que: se não nos deixarmos cair na tentação de esquecer o que não nos convém, e procurarmos realmente lembrar as coisas de forma integral e verdadeira, talvez possamos fazer ESCOLHAS MELHORES – qualquer escolha e não só as políticas; mesmo que seja dolorido e trabalhoso a princípio.
Então queridos leitores/eleitores façamos como diz a música, vamos:” manter o coração aberto e a mente alerta”. E abaixo a Memória Seletiva! Até por que: Uma meia verdade, mentira inteira é!
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