O grupo de Marquinho Mendes ama o poder e odeia a cidade!
O protesto que reuniu mais de mil manifestantes sexta-feira passada na praça do teatro municipal de Cabo Frio é emblemático porque serviu para colocar luz sobre uma verdade que todo mundo já sabia: o grupo político-jurídico-econômico, liderado pelo prefeito Marquinho Mendes, ao mesmo tempo em por um lado demonstra uma insaciável volúpia pelo poder, sendo capaz de cometer as maiores e mais absurdas peripécias para permanecer nele, por outro lado parece odiar a cidade de Cabo Frio. Isso ficou claro na entrevista dada pelo advogado Carlos Magno a uma emissora de rádio na manhã do dia do protesto.
Magno disse que a prefeitura só tinha dado a licença de construção ao condomínio Barramares, por força de uma suposta liminar que teria sido conseguida pelos proprietários do terreno. Em nenhum momento da entrevista o maior e melhor advogado do Brasil, ganhador das causas impossíveis, se dignou dizer que iria recorrer da decisão judicial. Nem arrotou, como de costume, o propagado prestígio junto aos tribunais.
Mas quando o assunto é a permanência de Marquinho no cargo, o mesmo Magno, em seguidas entrevistas em rádios e jornais, garante que seu cliente não sairá do cargo porque recorrerá até a última instância e até lá já terá terminado o mandato.
Se falta interesse, vontade política e dinheiro para contratar bons advogados para cassar a liminar da malfadada licença da obra da praça do teatro, o mesmo não acontece quando o assunto é a manutenção no cargo do prefeito mais cassado do país: aí são grandes os interesses, sobretudo os escusos. Se falta dinheiro para salvar a praça, que é do povo, sobram milhões e milhões para tentar salvar o mandato do político que é o ficha suja número um do país com mais de 400 processos.
E o pior é que a montanha de dinheiro escoada para proteger o prefeito que cometeu toda sorte de crimes eleitorais, ou seja, para defender o indefensável, é exatamente aquela que falta nas escolas, nos hospitais e postos de saúde.
Os milhões de dólares que todo mês atravessam as fronteiras de Cabo Frio na tentativa desesperada de salvar o prefeito são os mesmos que são desviados da geração de empregos, renda e riqueza, numa cidade que padece com o mais profundo esvaziamento econômico de sua história e cuja maioria dos comerciantes está falindo.
Sem falar dos falsos programas sociais, do material de construção, dos caminhões e mais caminhões de tijolo, de ferro e de cimento e das mais de cem mil cestas básicas que, não por mera coincidência, acabaram no dia 3 de outubro de 2008, juntamente com a eleição municipal.
Dirlei Pereira é empresário
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