SENIL
Parte meu peito saber-me mais velha
E ver no meu rosto o quanto envelheço.
Parte-me ao meio sentir tanta pressa
Se há só quimera em meu devaneio.
Corta-me o enredo o canto atrevido
Dos olhos sofridos que não desviei.
Rega-me o solo de pranto desdito,
Pudores malignos de quando amei.
Rasgam-me as estradas caminhos, jornadas,
Que foram sonhadas, mas não desfilei.
Partem-me a cara lavada e sem graça,
Pois não sou mais nada e nade serei...
Vanessa Rodrigues
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