Por Dr. Marcelo Paiva Paes
Ao longo destes dias propus uma análise das eleições segundo as ferramentas eleitorais, quais sejam: partidos, máquina e carisma.
Lembrando nossa equação A + B + C = Prefeito.
Para finalizar vamos distribuir um peso de 0 a 5 a cada uma das incógnitas. Ou seja, “A”, “B”, e “C” possuem pesos de acordo com suas realidades.
Incógnita A (Partidos)
Bom arranjo – 5
Arranjo mediano - 3
Sem arranjo, mas partido grande – 2
Sem arranjo, mas partido pequeno – 1
Incógnita B (Máquina)
Forte – 5 (O próprio prefeito disputa a reeleição )
Medianamente forte – 3 (O prefeito está bem avaliado e apóia ostensivamente um candidato)
Medianamente fraca – 2 (O prefeito está mal avaliado e apóia um candidato)
Fraca – 1 (O prefeito libera os seus secretários para apoiarem um candidato e ele não apóia ninguém)
Sem máquina – 0 (candidato da oposição)
Incógnita C (Carisma)
Candidatura com carisma – 5
Candidatos que são vereadores ou disputaram outras eleições – 2
Candidatos novos – 0
Obs.
1 - Os partidos são avaliados pelo tempo de televisão.
Bem, com estes pesos podemos verificar que a nota máxima da equação é 15 e a mínima é 1. Importante ressaltar que a nota mínima não pode ser zero porque todo candidato tem que estar em um partido, por menor que ele seja, e todo partido que lança candidato a prefeito faz jus a um tempo mínimo de televisão.
Vamos considerar a eleição passada para demonstrarmos que o calibre dos pesos está adequado.
2008 - Marcos Mendes – Bom arranjo partidário (5), tinha a máquina forte (5), não tem tanto carisma mas já havia sido candidato outras vezes (2) – NOTA 12 (a máquina era forte pois o prefeito disputava a reeleição).
Alair Correa – Tinha um arranjo fraco, pois o PT estava rachado e isto fragilizava qualquer aliança com o PMDB, mas o seu partido (PMDB) era grande (2), não tinha a máquina (0), tinha carisma (5) – NOTA 7
Paulo César – Não tinha arranjo partidário e o partido PR é pequeno (1), não tem a máquina (0), não tem carisma, mas já disputou eleição (2) – NOTA 3
Jânio Mendes – Não tinha grandes alianças, e o PDT não é um dos grandes partidos (1), não tinha a máquina (0), não tem carisma, mas já disputou eleição (2) – NOTA 3
Cláudio Leitão – Sem arranjo partidário, e partido pequeno (1), não tem máquina (0), candidato novo (0) – NOTA 1
Resultados de 2008:
Marcos Mendes – 47.799 votos
Alair Correa – 34.627 votos
Paulo Cesar – 7.798 votos
Jânio Mendes – 5.099 votos
Cláudio Leitão – 695 votos
OBS – a pequena diferença entre Paulo César e Jânio, 2,8 % dos votos, confirma o empate da equação, e deve-se a uma calibragem muito fina em virtude do eco da primeira votação de Paulo César à Prefeito, quando ele quase venceu Marcos Mendes. Jânio jamais obteve uma votação com aquele coeficiente, e, portanto, não possui este eco.
Avaliada pois a eleição de 2008 segundo os parâmetros propostos, vamos a análise do quadro de 2012.
Possíveis arranjos considerando o carisma
1 - Alair no PR com acordo com o DEM - PPS e nanicos
Bom arranjo (5), não tem máquina (0), tem carisma (5)
Nota 10
2 – Alair no PR, com o apoio do PT e nanicos
Bom arranjo (5), não tem uso da máquina (0), tem carisma (5).
Nota 10
3 - Alair no PMDB
Realidade difícil, mas como ele ainda está filiado ao partido vamos avaliar.
Não deve conseguir os maiores partidos, mas certamente conseguirá alguns, ou seja, um arranjo mediano (3), não terá a máquina (0), tem carisma (5).
Nota 8
4 - Alair no PRB
Não se abrem muitas possibilidades de acordo partidário, e o partido é pequeno (1), não tem a máquina (0), mas tem carisma (5) –
Nota 6
Obs. Neste cenário do PRB, caso consiga um acordo com o PR, passa a ser um arranjo mediano, com peso (3), a soma então seria
nota 9.
Possíveis arranjos considerando os partidos:
1 - O provável arranjo PDT – PMDB – PV e nanicos é um bom arranjo (5), terá a máquina, porém razoavelmente fraca (2), não tem carisma, mas já disputou eleição (2).
Nota 9
2 - O arranjo nacional do PSDB – PPS – DEM é um bom arranjo (5), não terá a máquina(0) e não tem carisma, mas já disputou eleição (2).
Nota 7
3 – O PSOL é um partido pequeno (1), não terá a máquina (0), não tem carisma, mas já disputou eleição (2).
Nota 3
4 – O PT é um grande partido, mas se propuser candidatura própria não deverá contar com PDT e PMDB. É um grande partido (2), não terá a máquina (0), e o candidato é novo (0).
Nota 2
5 - O PCB é um partido pequeno (1), não terá a máquina (0) e o candidato é novo (0).
Nota 1
Neste sentido, em ordem decrescente de chances reais, considerando os ensaios propostos, e seguindo a hierarquia das chances segundo as notas da equação, temos as seguintes possibilidades:
- Maior chance (nota 10): Alair no PR com acordo do DEM – PPS e nanicos; ou Alair com acordo com PT e nanicos;
- Disputa em pé de igualdade (notas de 8 e 9): acordo PDT-PMDB-PV, e Alair no PMDB; ou Alair no PRB com apoio do PR.
- Disputa menos favorável (notas 6 e 7): aliança nacional PSDB – PPS – DEM; Alair no PRB;
- Praticamente sem chances (abaixo de 5): as candidaturas avulsas do PSOL, do PT e do PCB, nesta ordem;
É preciso ressalvar que estamos considerando a cena atual, não estamos considerando problemas jurídicos na proposição de candidaturas, alternância de comando da máquina municipal, e coisas do gênero.
Lembro também que além do meu juízo pessoal, considerei, para efeito do carisma, a experiência de um político tradicional da cidade, com passagem por vários grupos, que foi o Antônio Carlos Trindade e sua frase: “aconteça o que acontecer o Alair tem de 25 a 30 % dos votos”.
Mais uma vez agradeço a todos os que leram os artigos escritos. Foi uma honra para mim.
Um forte abraço
Marcelo Paes
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