O gosto de cada domingo
No decorrer da semana, o domingo é “o dia especial”. Porém, nenhum deles se compara ao Domingo de Carnaval. Ápice da felicidade para o verdadeiro folião, ele é o perfeito intermédio entre a festa já sentida e a que está por acontecer.
Presa a revisão de uma aula virtual sobre o Renascimento Italiano, me dividi entre a telinha do computador e a telona da TV. Na telinha revi nosso passado cultural em um de seus capítulos mais definitivos, quando os humanistas, abandonando a restrita visão medieval, constroem o “homem moderno”.
Na telona, os blocos de rua passavam mais numerosos do que nunca, celebrando uma alegria livre e coletiva. Em torrentes de cores, luzes, luxo, som, beleza e tudo ainda mais que se possa desejar de um espetáculo, vi algumas Escolas de Samba de São Paulo e do Rio de Janeiro. A imagem da Música Clássica sendo homenageada pela maior expressão da Arte Popular ainda me emociona. Acostumada a toda essa pompa, fico a imaginar o que deve causar a magnitude deste desfile em quem o assiste pela primeira vez. Creio que o estado de êxtase, onde só o pranto, mais do que o riso, pode exprimir tanto sentir.
Na segunda- feira gorda, eu me permiti uma trégua, e fui ao encontro do mais inimaginável de todos os irreverentes, o Bloco da Galinha aqui de Cabo Frio. Tendo o espírito de artista de seu criador, o bloco conta com uma presença certa, o seu criador; Ivan Cruz. No mais, desde os componentes da bateria, passando pelos “passistas” e a porta-bandeira, tudo e mutável e “infixo”. Depois da alongada concentração, o percurso entre a velha figueira e o Casa Grande, no Portinho, é cumprido pelos artistas amigos, os amigos dos artistas, os passantes, os chegantes, os esperados, os inesperados... Acho que este é o maior bloco que existe, pois em sua falta de limite, todos fazem parte dele.
Finda a festa, agora, é pensar nas exposições, nas apresentações, nos salões, nos cursos, nos concursos, nas associações, nos editais e em tudo o mais que faz parte da “vida de artista”. E como dizem que o ano só começa depois do Carnaval, Feliz Ano Novo para o artista que existe em você.
E a campanha continua!
“PROCURA-SE UMA PRENSA”
bibliotecawalternogueira@hotmail.com
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