Bem, o quadro político está muito escondido, quando isto acontece, é porque alguma coisa está vindo por aí. E eu estou sentindo um cheiro no ar de algo até pouco tempo inusitado, mas que começa a se desenhar, qual seja:
Um acordo do PPS com o PMDB no Rio de Janeiro.
E a coisa deve funcionar assim, Sérgio Cabral está construindo sua plataforma para 2014, esta plataforma não passa, neste momento, pelo PT. Sérgio sabe que no Rio Lindbergh é uma pedra no seu sapato. Assim ele precisa construir algum caminho no lado mais progressista da sociedade.
As eleições no Rio colocaram um fator muito favorável a esta aliança, que foi a eleição para deputado federal do Stepan Nercessian. Amigos por razões que passam pelo pai do governador, Stepan defende uma aliança ao governador, respeitando-se os quadros políticos locais. Um outro fator também pode favorecer esta aliança, Sérgio Cabral começou sua militância no PCB, e o PPS, como vimos em um artigo que escrevi, é uma derivação do velho PCB.
Claro que isto não é tão simples, esta posição, por exemplo, não é defendida pelo deputado estadual Comte Bittencourt. Mas está sendo construído. Se assim for, Alfredo Gonçalves torna-se candidato inevitável da máquina, e por quê? Porque o PMDB respeitaria os quadros locais em prol da aliança no estado, que favoreceria o projeto de Sérgio Cabral, ou seja, entrega-se o anel, que é Cabo Frio, mas fica-se com os dedos.
Ou seja, não existiria motivo para o PMDB levar Alfredo consigo. Ele pode ficar no PPS. Quem perde? Perde o PDT, que fica sem a possibilidade de construir um apoio em Cabo Frio com o PMDB, mas pode ser que leve o PT consigo. Pois este acordo PPS – PMDB no Rio de Janeiro descarta o PT, que deve começar seu projeto de independência política do PMDB.
O PR, por sua vez, teria que partir para um acordo com o DEM no Rio, e usar a força de Garotinho para se firmar no interior e eleger um número razoável de prefeitos, pois o projeto Garotinho passa pelo Governo do Estado em 2014, assim como o do PT.
Ou seja, em 2014 temos três projetos claros de chegar ao governo do estado do Rio de Janeiro, e estes projetos passam pelas eleições municipais. Os projetos são de: Garotinho, do PT (Lindbergh) e do Sérgio Cabral (PMDB).
Para viabilizá-los desenham-se os seguintes cenários nas eleições das prefeituras em 2012:
1 - Garotinho cede Clarisse Garotinho para vice de Rodrigo Maia na capital, e o DEM apóia o PR no interior;
2 – O PT lança candidatos e tenta o apoio dos partidos coligados como PCdoB, PSB e PDT, respeitando também algumas cidades do interior em que o PDT tenha candidato mais forte que o PT, como Cabo Frio, por exemplo;
3 – Sérgio Cabral lança o seu candidato com o apoio do PPS no Rio de Janeiro, e respeita as cidades do interior em que o PPS tenha candidato, como Cabo Frio.
É isto amigos, que está regendo a política das bases dos governos. Precisamos lembrar que sempre existem as pessoas que tentam levar a política para o lado do emprego para as suas bases, e não tentam fazer a diferença. E os governos são uma grande fonte de empregos. Insisto, entretanto, que esta construção não é inevitável, muitas águas ainda vão ter que rolar, mas, caso ela se consolide, teríamos em Cabo Frio, o seguinte cenário:
Chapa 1 - PPS – PMDB;
Chapa 2 - PR – DEM;
Chapa 3 - PDT – PT.
Como diria Júlio César: “Alea jacta est”.
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