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Primeiro de Maio, Dia do Trabalhador ou do Trabalho?

*Tarcila do Amaral


Por Dr. Eisenhower Dias Mariano

O Brasil e os outros países comemoram, neste primeiro de maio, o “Dia dos Trabalhadores”. Muitas festividades, muitas comemorações, muitos churrascos, outras superficialidades, tantos engodos e pouca efetividade sincera.

Os trabalhadores brasileiros, em especial os da nossa região, ao que nos faz crer, comparecem a essas festividades menos convencidos do símbolo já esmaecido e patético do reconhecimento nacional, do que para cederem-se aos apelos dos que imaginam que os iludem. O ser humano é reconhecidamente dotado de esperanças e é isso que o faz acreditar nas possibilidades de lutar pela vida e pelo futuro, o que não induz à crença leviana de que ele pode ser explorado ou continuar sendo submetido ao trabalho ainda escravo em alguma de suas extensões e que até o momento lamentavelmente não restou eliminado do nosso mundo.

Os trabalhadores só terão satisfação completa quando a contraprestação do seu labor se revestir de plena suficiência, à altura mais que exata das necessidades elementares ou essenciais insatisfeitas, capaz de produzir sorrisos de alegria sincera nos rostos dos seus familiares, os quais certamente já não terão mais motivações para, constrangidos, se socorrerem dos seus semelhantes.

Os trabalhadores precisam confiar na Constituição da República, nas Leis e demais normas nacionais, assim como nas próprias instituições e entidades brasileiras, todas lhes prometendo a alimentação, a saúde, a educação, o trabalho, a habitação, o transporte, o vestuário, os medicamentos, todos, entre outros, no decorrer de suas atividades laborativas e principalmente no ocaso de suas vidas, quando fragilizados e vergastados pelos efeitos da idade e das doenças contraídas no longo do tempo, acabam eles desprezados pelos órgãos do estado, pelos agentes dos serviços públicos de todos os Poderes da República.

A propósito deste momento, que devia ser de comemorações e alegrias verdadeiras, em todas as suas amplitudes, não podemos deixar de dedicar profunda reflexão sobre a quebra Companhia Nacional de Álcalis e a conseqüente crise da indústria salineira e que acabou levando de roldão a Companhia Salinas Perynas, a Pereira Bastos, outras indústrias, o comércio e os serviços, sem contar os inúmeros servidores que as municipalidades colocaram na rua e lá amargam a dureza da fome e das ausências, tudo isso deitando reflexos negativos sobre toda a região, o Estado e o País, tanto no que diz respeito aos aspectos econômicos e financeiros, como no que pertine aos trabalhadores e seus familiares, sem emprego ou na iminência disso, o que produz poderosa e insuportável insegurança, valendo ressaltar, com tristeza, que esse quadro decorreu, como sempre acontece em todos os casos, da omissão de cada um de nós que votamos, elegemos e não cobramos, mas sobretudo dos eleitos que prometeram mundos e fundos e agora acenam com a mão do engano.

Os trabalhadores brasileiros não devem ser iludidos pelos governantes e legisladores que elegem; nem merecem ser decepcionados pelos servidores públicos, que remuneram com os seus suados tributos, suas contribuições compulsórias.

Os trabalhadores que elegem, têm o dever de votar e o direito de cobrar resultados. Têm o direito de ser ouvidos nas discussões dos grandes problemas, sobretudo aqueles que afetam diretamente o ambiente em que vivem, trabalham e se divertem. Têm o direito de dizer sim e não, de serem respeitados como cidadãos integrados e não excluídos pelo ato de posse daqueles que os representam.

Espera-se que os servidores públicos, eleitos ou nomeados, sobremodo os das cúpulas e esferas brasilienses de comando, encontrem meios de reduzir o alcance dos interesses individuais, inclusive os vencimentos dos respectivos cargos, anulem ou minimizem as composições ditas políticas de segmentos sociais, e adequem a carga tributária nacional à realidade brasileira, para que os empreendedores deste país sintam vontade de investir mais, de remunerar melhor e de recolher os impostos e as suportáveis contribuições aos insaciáveis cofres arrecadadores do estado: União, Estados membros e Municípios.


Dr. Eisenhower Dias Mariano é Presidente da Vigésima Subseção da OAB-RJ.


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