Por Professor Alexandre de Souza.
Os alunos do "Projeto MAIS EDUCAÇÃO" da Escola Municipal Professor Edilson Duarte, foram dispensados no dia (09/05 segunda-feira), por falta de ALMOÇO na referida escola, (a escola faz parte da rede pública MUNICIPAL, o projeto é federal). Para onde estão indo as verbas federais da educação que a Prefeitura de Cabo Frio recebe? O que a secretária de educação Laura Barreto está fazendo com o prefeito de Cabo Frio que não conseguem dar merenda aos alunos???
Esse projeto é um fracasso na educação pública municipal de Cabo Frio. No ano letivo de 2010, trabalhei como munitor de “História e Teatro” na Escola Municipal Patricia Azevedo de Almeida, no Jardim Esperança. As escolas municipais de Cabo Frio estão completamente despreparadas para tal projeto. Pois o Projeto Mais Educação funciona da seguinte forma: os alunos do segundo turno fazem o “Mais Educação” no primeiro turno e vice-versa, ou seja, as crianças ficam o dia inteiro na escola.
Vou explicar o porquê do fracassso desse projeto e da educação municipal de Cabo Frio:
1 - Os monitores recebem uma ajuda de custo miserável de R$ 240,00 (duzentos e quarenta reais) por mês, para ministrarem aulas em quatro turmas por dia, abarrotadas de crianças, e no contrato diz que são dois dias na semana. Das 09:00 hs da manhã até às 15:30 hs.
2 - A escola que trabalhei em 2010 por exemplo, não tem estrutura física nenhuma, eu não tinha um espaço apropriado e adequado para trabalhar história e teatro com meus alunos. Hora estávamos na sala de leitura, hora estávamos na quadra, hora estávamos numa sala ao lado da sala de reforço. Isso me deixava completamente aborrecido.
3 - Não vi a escola abraçar o projeto, nem os professores e muito menos a direção da escola. Eles reclamavam muito.
4 - Esse projeto é para os alunos que estão com dificuldades na aprendizagem, e escolas com o IDEB abaixo da média. Eu tinha alunos do 5º ano do ensino fundamental, antiga 4ª série, que não sabiam escrever e os que escreviam, não sabiam montar uma simples redação. Fiquei muito assustado, pois trabalhei no segundo semestre de 2010 (agosto à dezembro), e no conselho de classe muitos, para não dizer a maioria, foram aprovados.
É preocupante saber que as escolas municipais de Cabo Frio da atualidade, estão empurrando as crianças sem nenhuma base para os anos finais do ensino fundamental, ou seja, o aluno chega no sexto ano totalmente despreparado, sem saber o básico de português que é fazer uma simples redação de 10 laudas, e o básico de matemática que são as quatro operações: adição, subtração, multiplicação e divisão. Sou professor de história e sinceramente não sei como trabalhar com um aluno do sexto ano que não sabe ler, escrever e interpretar. Que situação decadente está caminhando a educação municipal cabofriense. Fui aluno da rede pública municipal e na época, não se saía da 4ª série sem saber ler e escrever muito bem e a tabuada era primordial para chegar no antigo ginásio.
Meu Deus!!! Até quando os professores ficarão desesperados com salários irrizórios? Turmas abarrotadas e nenhum incentivo para fazer o melhor, sem condições dignas de trabalho. Esse governo está brincando com o futuro de nossas crianças. Não ter merenda para os alunos no Edilson Duarte é uma grande piada!!! A grande maioria das crianças do mais educação não tem o que comer em casa, principalmente as das escolas da periferia.
O projeto é Mais Educação. Como ter mais educação, ou educação de qualidade, sem condições para o mesmo???
Não ter material pra trabalhar é básico, a falta de estrutura é notória, agora não ter merenda é menos educação e isso tara reflexos profundos no futuro desta geração de crianças de Cabo Frio. Como avançar com menos educação em Cabo Frio?
Laura Barreto, está na hora de agir, a pasta da educação está em suas mãos, traga a solução urgente para a educação de Cabo Frio, nossos alunos estão caminhando para a decadência educacional em todos os aspectos. A secretaria de Educação municipal de Cabo Frio nos deve explicações. Quem vai pagar essa conta intelectual?
Como estas crianças concorrerão com igualdade de condições no mercado de trabalho??? Desta maneira serão futuros empregados de baixo escalão e não mestres e doutores. Estamos plantando para colher no futuro.
Essa é a educação dos filhos dos cidadãos cabo-frienses, a cidade para o cidadão. É humilhante e preocupante.
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