Sou um grande fã do Chicão, aprendi a admirar a grandeza do caráter do Chicão. Chicão é uma referência moral, um homem inteligente e preparado pela sua grande experiência de vida.
Há bem pouco tempo me revoltei com uma injustiça cometida (entre tantas) contra o Professor Chicão, sou o tipo de pessoa que aceita com facilidade tapa na própria cara, mas não gosta nem de ver um amigo tomar peteleco na orelha, por isso quando fui sacaneado pela demente em questão me mantive calmo, mas explodi quando vi a mesma demente sacaneando o Chicão.
A primeira vez que falei com Chicão na vida, foi lhe pedindo o direito de postar um texto de sua autoria, de lá para cá nos tornamos bons amigos e compartilhamos essa insana mania em tentar fazer de Cabo Frio uma cidade melhor.
E o texto era esse aqui:
O Que Mais Odeio.
Não há coisa mais abjeta que a traição. Odeio as pessoas que traíram ao longo da História e que traem hoje.
Odeio o camponês grego que traiu Leônidas e seus trezentos valentes guerreiros espartanos, dando aos persas o caminho pelas montanhas que permitiu a vitória dos mesmos na Batalha das Termópilas (480 a .C.).
Odeio Brutus, o senador, por ter assassinado Júlio César, o primeiro Imperador Romano, de quem era supostamente amigo.
Odeio Judas Iscariotes por ter traído o maior homem que já passou por essa Terra. Traiu um justo com um beijo e por algumas moedas, veja você.
Odeio Robert Bruce, o nobre, traidor de Willian Wallace, de quem era aliado. Wallace foi o valente chefe de clã que liderou a tentativa de libertação escocesa frente à Inglaterra.
Odeio Silvério dos Reis, o traidor da Inconfidência Mineira, de Tiradentes, e de nosso próprio país, que viu o sonho da independência ser adiado por 30 anos.
Odeio Cabo Anselmo, o traidor da guerrilha urbana, formada por jovens que resistiram bravamente à ditadura militar. Ele entregou para a tortura e morte nas mãos dos carrascos mais de cem pessoas, inclusive sua própria esposa, grávida de um filho dele.
Odeio amigos que traem amigos, filhos que traem pais e vice-versa. Odeio maridos que traem esposas e esposas que traem maridos. Odeio quem trai um(a) simples namorado (a) de um dia de namoro.
Odeio quem trai a empresa onde trabalha, vendendo segredos e informações relevantes para a concorrente.
Odeio quem trai um colega de trabalho para roubar o seu lugar ou apenas para se promover com o patrão.
Odeio quem trai a paixão do torcedor, mudando de clube como se mudasse de camisa.
Odeio quem trai aliados políticos, virando de lado conforme conveniências pessoais.
Odeio quem trai seus próprios ideais por vantagens pessoais ou simplesmente por moda.
Odeio muito também as desculpas de quem trai: "Aconteceu", "Tenho que pensar em mim", "A vida é assim mesmo", "Era eu ou ele(a)", "Sou profissional", "A carne é fraca". Ora, vá pentear macacos.
Muitos, ao lerem esta coluna, dirão que sou radical. Dirão também: "Você tem que perdoar", "Foi um momento de fraqueza", "Você também é humano e erra". Pode até ser, embora não esse tipo de erro. Mas, não vou mentir. Confesso que tenho orgulho de odiar quem traiu ou trai. Principalmente pelo fato de que quem trai é, quase sempre, um doente de caráter. Por isso mesmo prefiro ser traído mil vezes a trair uma única só vez. Tenho orgulho de ser fiel e leal. Tenho orgulho de não fazer nada pelas costas de amigos ou de quem amo (ou mesmo de quem não amo). E quero que os traidores sofram muito nesta vida, e, quem sabe, apodreçam no inferno.
Dr. José Francisco de Moura.
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