Por Marcelo Paiva Paes
Numa sessão da Câmara Federal, que chamaram histórica, foi aprovado um controverso Código Florestal. Controverso, porque basta lermos a seção “Carta dos Leitores” dos principais jornais do país para vermos que a votação que lá ocorreu não está de acordo com o sentimento da população brasileira.
Numa sessão da Câmara Federal, que chamaram histórica, foi aprovado um controverso Código Florestal. Controverso, porque basta lermos a seção “Carta dos Leitores” dos principais jornais do país para vermos que a votação que lá ocorreu não está de acordo com o sentimento da população brasileira.
Entretanto, para além das graves ameaças à nossa natureza, as pessoas que defendem as florestas de forma individual e abnegada, uma gente chamada pelo carinhoso nome de “povos da floresta”, indivíduos quase sempre pobres, ou missionárias devotadas, estão morrendo assassinadas. E há anos esta gente está morrendo assassinada.
Em 1988 tivemos a morte de Chico Mendes, em 2005 a missionária Dorothy Stang. E estas mortes, ainda que tenham sido objeto de julgamento formal, não estão justiçadas, e não estarão, enquanto não se fizer algo para estancar a brutal realidade das execuções daqueles e daquelas que defendem as florestas brasileiras.
No momento em que se votava o Código Florestal, o casal de extrativistas José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo Silva estava sendo executado. E eles estavam em uma lista divulgada pela Comissão da Pastoral da Terra com os nomes de 30 pessoas marcadas para morrer. Esta situação nos envergonha!
Se o Brasil tem a coragem de votar da forma que votou o Código Florestal, não pode deixar de ter a coragem de acompanhar, com o mais absoluto rigor, o cenário de barbárie que se abate sobre nosso país, e sobre a nossa população.
É inadmissível que a Pastoral da Terra antecipe o nome das pessoas que morrerão, e o estado brasileiro, através de todos os agentes coercitivos e investigativos que possui, como as Polícias Civil, Militar e Federal, as Secretarias Estaduais de Segurança, e o Ministério da Justiça, não consigam garantir a vida da nossa população.
Algo está errado. E nós precisamos saber o que é. Faz-se urgente um Programa Nacional que reúna quadros especializados para que mortes anunciadas não mais aconteçam, e para que todos aqueles que já pereceram em sua luta, sejam minimamente dignificados com um julgamento justo por parte do Estado Brasileiro.
Algo está errado. E nós precisamos saber o que é. Faz-se urgente um Programa Nacional que reúna quadros especializados para que mortes anunciadas não mais aconteçam, e para que todos aqueles que já pereceram em sua luta, sejam minimamente dignificados com um julgamento justo por parte do Estado Brasileiro.
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