Abro a porta da varanda...Acendo a luz,solto um grito,um grito não,
um uivo de panico e terror.Permaneço estatelada,meus músculos
não se movem,nem pisco!Meu olhar não se afasta daquele monstro
pré histórico...Tenho a sensação que ele vai a qualquer momento,
correr em minha direção...
O que fazer então a não ser gritar?
Socorro!!!Alguém me salve!Tem uma barata aqui!!!
Malditas perninhas,anteninhas que parecem um radar procurando
minha direção...As malditas são cegas.
De repente passa voando um chinelo e ploft...
Ali jaz este monstro terrível.
Sorrisos jocosos soam na sala, todos riem da minha fobia...
E eu emburrada, fico no canto calada.
Então escuto meu neto perguntando sério:
Vó, você tem medo de barata? Respondo que SIM!
E ele continua a perguntar: Vc tem medo de escuro?
Respondo... Não.
Você tem medo de elefante?
-Não.
Então ele para, me olha com um olhar de sabedoria,
no alto dos seus 15 anos e diz:
Vó não entendo, é só um bichinho pequenino que lhe causa
tanto pavor?É só você pisar nela,que ela morre.
Mas vó ,você não tem medo dos homens?
Eles sim,pisam em nós,nos esmagam,nos destroem,
nos matam!
Aquela baratinha ali é irracional, os homens não.
Vó quantas vezes lhe vi chorar por causa destes animais racionais, que lhe magoaram com suas falsidades, falcatruas, mentiras, ingratidões.
E você só sabia dizer: Safados, canalhas, sem caráter!
Vó,nunca vi você gritando de medo!
Me desculpe vó,você tem medo do animal errado.
Pensa um pouco que você vai me dar razão!
Fiquei espantada com a racionalidade do meu adolescente neto.
E pensei Yuri, pensei muito no que você me falou, e hoje bato palmas para o seu conselho...
Afinal o que são algumas perninhas,anteninhas,que posso esmagar sob meus pés?
Que medo mais idiota!
Podem vir monstrinhos pré-históricos, en garde!
Avante Nádia! Sei que vou ficar rouca de tanto gritar:
Socorro!!!Alguém me ajude, tem um monstro travestido de gente empunhando a espada do mau caratismo nas mãos!
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