Caro Álex Garcia!
Espero que esteja tudo bem com você sua família. Primeiramente quero pedir-lhe perdão por não retornar a sua ligação sobre o referido assunto, pois quando você ou alguém entrou em contato, eu estava realizando outras tarefas em local diferente. Confesso que ao receber a notícia pensei tratar-se de um trote de extorsão, pois o funcionário da igreja passou o seguinte recado:
" ligou um homem, que queria falar de qualquer jeito com o senhor e deixou o seguinte recado; que vai sair uma denuncia num jornal da editora globo vermelho contra o senhor".
Como achei muito estranho um recado de ligação urgente e confuso, pensei tratar dos tais trotes, principalmente por ter sido "vitima” de outros trotes que afirmavam terem me sequestrado criando angústia na minha família.
Mas, vamos lá sobre a denúncia ao ministério público: A Igreja Metodista Central tinha uma congregação no bairro da Passagem orientada até então por um evangelista da comunidade. Quando eu assumi a igreja local soube que a congregação enfrentada dificuldades com a vizinhança em relação a poluição sonora, então determinei que algumas ações fossem realizadas para sanar o problema em respeito a vizinhança. Várias conversas foram realizadas com o líder local para que ele ajustasse sua forma de ser e cultuar sem prejudicar o bom relacionamento com os vizinhos da passagem.
Algumas ações foram tomadas, porém outras, infelizmente foram negligenciadas. Apesar de várias ações para sanar o problema estivessem sendo tomadas, eu desconhecia (não foi no meu período) que o líder local tivesse feito um termo de ajuste de conduta com o ministério público, pois sendo a Igreja Metodista uma associação, ela tem os seus representantes legais, que por seu estatuto e constituição não são os pastores locais, mais sim pessoas eleitas em seus concílios ou órgãos representativos. Com isso, por desconhecimento, acredito que o líder local naquele momento se fez representar sem legitimidade para isso.
Após esse desgaste com o assunto e por outros problemas, o líder local decidiu sair da Igreja Metodista, sendo assim, ficou mais simples para a Igreja Central ajustar o trabalho local sem agredir a vizinhança. Tanto é, que a congregação trabalhou quase três meses após a saída do líder local e a sua conduta e forma de cultuar passou a ter o respeito, inclusive dos denunciantes.
No período que fui chamado pelo ministério público, sendo convocado uma única vez, na data referida, fui obrigado a me ausentar por problemas eclesiásticos, porém procurei informa-me se havia problema em faltar uma convocação por motivos alheios a minha vontade, soube que poderia me ausentar, esperando então a reconvocação para saber do que se tratava. Nesse ínterim, decidimos fechar o trabalho na passagem para evitar mais aborrecimentos, como a denúncia vinha por causa de poluição sonora, por ignorância minha, entendi que não haveria mais motivo para apresentar-me, principalmente por não ter sido reconvocado.
Por desconhecimento do ministério público, o pastor da Igreja Metodista não à representa, e sim a sua sede no Rio de Janeiro, com isso, quem acaba pagando o pato somos nós e nesse caso em particular, eu fui o tal "condenado".
Soube da tal condenação pelo seu blog, informado por terceiros. Alex, reconheço o seu dever e legitimidade em denunciar ou relatar os fatos tais como eles são, mesmo que não seja como eles se apresentam. Defendo o direito a consciência livre e a liberdade de expressão. Pergunte as pessoas frequentam a Central qual é a minha posição sobre esse tema. Sei também que por longos anos a Igreja Metodista Central está sempre sendo envolvida em assuntos políticos, principalmente por ser ela formada por núcleos familiares de influência política, ainda mais nessa época de polarização entre o prefeito Marcos Mendes e o deputado Alair Corrêa, pois suas famílias são membros ativos da igreja local. Pastorear a Igreja Metodista Central é um desafio quando o assunto é política ou qualquer outro de natureza social, pois mesmo que você evite envolver-se, sempre haverá alguém para dizer ou especular sobre suas supostas escolhas ou posturas.
Confesso que estranhei o seu tom de ironia, pois não nos conhecemos e nunca ouve entre nós desavenças ou agressões de qualquer natureza, espero que apenas seja o seu estilo de fazer jornalismo. Para terminar deixo algumas ratificações"
1- O processo é relativo a poluição sonora.
2- O ministério público convocou para um termo de ajuste de conduta uma pessoa que não representa legalmente a instituição.
3- A pessoa da igreja local fez um termo de ajuste de conduta sem procurar orientações devidas sobre o assunto, fazendo-se representar em nome da associação, o que acabou criando todo esse embaraço.
4- O ministério público notificou-me uma única vez.
5 O ministério público desconhece que desde a data da condenação o motivo da denúncia é inexistente, pois não há mais congregação na passagem e consequentemente cessou a poluição sonora.
6- Que nenhum pastor metodista pode se fazer representar em qualquer órgão público, exceto os seus representantes legais.
7- Que a Igreja Metodista Central, no meu pastorado sempre respeitará a liberdade de expressão, por isso estou respondendo sua notícia, em respeito a você e seus leitores.
8- Perdão por não retornar sua ligação, pois acreditei tratar-se de um trote, porém quando precisar de encontrar-me pode ir a igreja local que você será tratado com carinho e respeito.
9- Estou a disposição para esclarecer a qualquer dúvida.
10- A Igreja Metodista já esta tomando as devidas providências para o arquivamento do processo.
Do Blog Cartão Vermelho:
Lamento que o funcionário da igreja, Sr. José Carlos, não tenha anotado o recado, deixei telefone de contato, o nome do nosso blog, do assunto que se tratava e fiz isso de forma muito precisa, pedindo inclusive que ele repetisse meus telefones de contato e de qual assunto estávamos tratando.
Sei da fortíssima ligação política da Igreja Metodista com o poder público, na verdade não só sua igreja, mas a igreja católica e dezenas de congregações menores vivem com fortes ligações com o governo municipal. Essas ligações são por frequência de membros do governo, portarias, contratos cedidos a parentes de lideres religiosos, e repasse para projetos e obras sociais comandadas por essas instituições.
Confesso que acho temeroso que um estado laico tenha tanto entrelace com o poder público, mas infelizmente essa é uma prática corriqueira no Brasil e no mundo, e não serei eu que conseguirei mudar essa promiscua relação que a centenas de anos prejudicam a humanidade (claro que essa uma visão pessoal).
Quanto a meu estilo de fazer comunicação, te confesso que ele é muito peculiar, mas de forma nenhuma é algo contra o senhor ou sua congregação.
Obrigado por esclarecer nossos leitores sobre os meandros da ação aberta pelo MP, forte abraço e utilize o Blog Cartão Vermelho sempre que precisar.
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