Por Dr. Marcelo Paiva Paes
Vejam vocês como tem índio perdido no meio da floresta. Alfredo Gonçalves queria muito ser prefeito de Cabo Frio, foi eleito presidente da câmara em uma eleição onde contou com a ajuda do Froilan, que, como havia coordenado a campanha de Marcos Mendes, possuía alguns trunfos na manga para convencer os vereadores a votarem em Alfredo. Ou seja, para presidir a Câmara Alfredo contou com o apoio da máquina municipal que recém saíra de uma eleição vitoriosa, e assim tinha como impressionar os vereadores recém eleitos. Objetivando exclusivamente ser prefeito da cidade, Alfredo fez um mandato medíocre, não conseguiu liderar a câmara na direção de aproximá-la do cidadão, de discutir os temas da cidade, de construir uma independência do executivo, não! Ao contrário, usou a câmara para pressionar sempre o governo a aceitá-lo como candidato. Até o dia em que uma sentença judicial o levou a tomar a mais medíocre de todas as atitudes, para não dar posse a Alair Correa, ele, Alfredo, fugiu da cidade até que uma liminar determinasse a volta de Marcos Mendes ao poder.
E porque Alfredo fez isso? Porque assim como o cachimbo vicia a boca, Alfredo, na sua estupidez política, está viciado na máquina municipal para se eleger. Sem altivez suficiente para saber o que é o Poder Legislativo, apesar de ser advogado (mais um destes “advogados” que tanto vemos por aí), Alfredo preferiu submeter o Poder que comandava para ser elemento de chantagem do chefe do executivo, e depois, mais do que viciado na tese de que corrupção ganha eleição, Alfredo optou por abandonar o poder legislativo para assumir o cargo burocrático de serviçal do Prefeito.
Até aí tudo bem... errado. Mas os erros continuaram. Acreditando no cacique Paulo Melo, e no pajé Marcos Mendes, Alfredo preferiu ir ficando no PPS. Achava que os índios citados acima, semi-deuses da tribo dos M’engana Q’eugosto, iriam conseguir os partidos todos, e ainda deixá-lo disputar a prefeitura pelo PPS.
Mas, de repente, não mais que de repente (perdoem-me usar o Vinícius para falar deste índios) o PMDB vai para as mãos de Augusto Ariston, o PSDB para Silas Bento, o PCdoB para Alair, o PTB para Cláudio Mansur, e o DEM fica com o Froilan.
Ou seja, a base partidária que elegeu o governo atual, e que o Alfredo acreditava manter, implodiu. Literalmente implodiu.
Ele demorou a ir para o PMDB, agora não pode mais, pois o partido está com Augusto Ariston, e dar o PMDB para Alfredo seria matar as possibilidades do Bernardo de voltar a cena política imediatamente. Não acredito que Augusto Ariston cometa um erro desta natureza, afinal Bernardo pode muito bem segurar a bandeira do PMDB na cidade, que está abandonado. Aliás, não ter alguém que possa levantar a bandeira do PMDB na cidade, apesar de todo apoio do governador a Marquinho na esfera administrativa, e fundamentalmente na esfera jurídica, mostra como esta tribo não tem compromissos com a sociedade, mas sim com os seus nomes.
Por outro lado Alfredo Gonçalves ensaia ir para o PT, ou pelo menos ter o apoio do partido, segundo algumas fontes uma secretaria já estaria à disposição do PT. Mas isto é até maio do ano que vem. Em junho de 2012 serão as convenções, a fragilidade eleitoral de Alfredo, a falta de base partidária suficiente para minimizar o impacto das outras candidaturas, e a posição nacional do PPS, colocará o PT em outro caminho, provavelmente com o PMDB, ou, com o PCdoB.
Finalizando, a tribo dos M’engana Q’eugosto está fazendo do índio Alfredo um pária. Alguém que deve conhecer o ostracismo em breve, e também o gosto amargo de ter chantageado os outros. E isto deve ficar bem claro, Alfredo chantageou o governo, e parafraseando um velho ditado: “toda castigo para chantagista, é pouco”.
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