FALSA DECÊNCIA
Sinto pesados os passos que tanto evitei,
Como se fosse mais fácil manter-me parada:
Assim retardaria o tempo em que pouco me dei,
Deixando de ser quem eu sou, quando não sou mais nada.
Vejo em meu corpo o que o tempo cruel foi capaz de fazer.
Mesmo mantendo distância do centro da vida,
Fiz cada ida sem volta, pra não me perder:
Fui, sem saber que não tinha qualquer saída.
Colho as sementes daninhas dos meus atos passivos,
De conformismo, sarcasmo, maldita vivência,
Onde aprendi a ser pior que todos os bichos,
Quando senti que sou lixo dessa falsa decência...
Vanessa Rodrigues
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