Acertar na Salineira é mais difícil que ganhar na loteria.
Andar de ônibus em Cabo Frio assemelha-se às chances daquele cidadão que faz sua fezinha toda semana ganhar na loteria: a gente sempre tenta, mas a possibilidade de acertar é muito remota. Falta de opções, atrasos e ônibus cheios fazem parte da rotina de quem precisa ir para o trabalho, chegar na hora à escola ou até curtir uma praia. Na manhã desta sexta-feira, 20, não foi diferente dos outros dias.
Durante o tempo de espera, suficiente para fazer a análise de uma vida inteira, chegamos a duvidar se estamos no lugar certo ou se a linha (às vezes dá-se a sorte de existir mais de uma opção) de que precisamos realmente passa por ali. A tensão da espera assemelha-se ao roteiro daqueles filmes de terror psicológico e alguns tentam desviar a atenção ouvindo música. Quando temos o “privilégio” de esperar em um ponto coberto e com lugar para sentar nos sentimos um pouco mais gente.
Após 40 minutos de espera, com sol a pico, eis que surge o primeiro das quatro opções que tinha para vir do antigo trevo de Arraial até a Prefeitura. Ao todo, gastei 55 minutos da minha manhã para um deslocamento de menos de quatro quilômetros. Além do tempo de espera, andar pela cidade, hoje, foi mais difícil do que sempre. Um senhor saltou de um ônibus indignado, pois havia gastado uma hora entre a ponte da Praia do Siqueira e o trevo da Joaquim Nogueira (antigo Sendas). A “culpa” seria dos milhares de veranistas que fugiram da Capital para aproveitar melhor o fim de semana prolongado por causa do feriado de São Sebastião. Da próxima vez, não posso deixar de levar uma garrafinha de água para amenizar a sede.
Infelizmente, ao contrário dos países culturalmente desenvolvidos, no Brasil o transporte público é sinônimo de meio de locomoção para o pobre trabalhador (e somos milhares) e de estudantes. Políticos e empresários só chegam perto desse festival de abusos em solenidades de inauguração – e olhe lá. Na Região dos Lagos, uma única empresa (embora exista mais de um nome pintado nos ônibus) reina soberana. O serviço - que é uma concessão pública, assim com água e energia - não possui concorrentes nem enfrenta oponentes. Pelo contrário, ganha um apoio prá lá de vantajoso do poder público, que subsidia parte do valor da tarifa pago pelo cidadão, por meio da distribuição dos cartões que permitem pagar um valor menor. Em cabo frio, o município paga 60% da tarifa, que custa R$ 2,60, para as pessoas que têm o cartão.
Como os veículos de comunicação, de uma maneira em geral, interesseiramente se calam e as redes sociais ainda não conseguiram cutucar o suficiente uma sociedade acostumada com o “sempre foi assim”, as críticas ao sistema estabelecido se resumem a queixas entre os usuários nos pontos de ônibus e poucas publicações no facebook (e similares). Então, pelo menos por mais algum tempo, nosso protesto não passará de um desabafo, sem força suficiente para promover a mudança que tanto queremos.
Luiza, a que não foi para o Canadá.
Do Blog Cartão Vermelho:
E-mail enviado por Téo Arrabal Heluy com solicitação para publicação. Envie você também sua matéria, denúncia ou reclamação para cartaovermelhotv@gmail.com, com certeza daremos voz a você.
Durante o tempo de espera, suficiente para fazer a análise de uma vida inteira, chegamos a duvidar se estamos no lugar certo ou se a linha (às vezes dá-se a sorte de existir mais de uma opção) de que precisamos realmente passa por ali. A tensão da espera assemelha-se ao roteiro daqueles filmes de terror psicológico e alguns tentam desviar a atenção ouvindo música. Quando temos o “privilégio” de esperar em um ponto coberto e com lugar para sentar nos sentimos um pouco mais gente.
Após 40 minutos de espera, com sol a pico, eis que surge o primeiro das quatro opções que tinha para vir do antigo trevo de Arraial até a Prefeitura. Ao todo, gastei 55 minutos da minha manhã para um deslocamento de menos de quatro quilômetros. Além do tempo de espera, andar pela cidade, hoje, foi mais difícil do que sempre. Um senhor saltou de um ônibus indignado, pois havia gastado uma hora entre a ponte da Praia do Siqueira e o trevo da Joaquim Nogueira (antigo Sendas). A “culpa” seria dos milhares de veranistas que fugiram da Capital para aproveitar melhor o fim de semana prolongado por causa do feriado de São Sebastião. Da próxima vez, não posso deixar de levar uma garrafinha de água para amenizar a sede.
Infelizmente, ao contrário dos países culturalmente desenvolvidos, no Brasil o transporte público é sinônimo de meio de locomoção para o pobre trabalhador (e somos milhares) e de estudantes. Políticos e empresários só chegam perto desse festival de abusos em solenidades de inauguração – e olhe lá. Na Região dos Lagos, uma única empresa (embora exista mais de um nome pintado nos ônibus) reina soberana. O serviço - que é uma concessão pública, assim com água e energia - não possui concorrentes nem enfrenta oponentes. Pelo contrário, ganha um apoio prá lá de vantajoso do poder público, que subsidia parte do valor da tarifa pago pelo cidadão, por meio da distribuição dos cartões que permitem pagar um valor menor. Em cabo frio, o município paga 60% da tarifa, que custa R$ 2,60, para as pessoas que têm o cartão.
Como os veículos de comunicação, de uma maneira em geral, interesseiramente se calam e as redes sociais ainda não conseguiram cutucar o suficiente uma sociedade acostumada com o “sempre foi assim”, as críticas ao sistema estabelecido se resumem a queixas entre os usuários nos pontos de ônibus e poucas publicações no facebook (e similares). Então, pelo menos por mais algum tempo, nosso protesto não passará de um desabafo, sem força suficiente para promover a mudança que tanto queremos.
Luiza, a que não foi para o Canadá.
Do Blog Cartão Vermelho:
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