O Efeito Hélcio Azevedo e Seus Artefatos Explosivos.
O Governo de Cabo Frio sempre foi tocado por Hélcio Azevedo. Isto todos sabem na cidade, até mesmo os cachorros mais abandonados do segundo distrito. E, aliás, não por acaso, Alfredo desejou o seu cargo de Chefe de Gabinete.
O problema é que não é o cargo que faz a gestão da máquina, e sim a pessoa escolhida pelo prefeito. Deslocado da chefia de gabinete, Hélcio continuou mandando na máquina do alto da gávea, ou seja, da secretaria de governo. Ao boneco Alfredo, quase um João Buracão, coube ficar sentado numa cadeira vazia, ou mesmo num buraco.
Hoje percebemos que além de não gerir a máquina, e apenas preocupar-se com o valor dos processos que estava pagando para saber o quanto lhe caberia, Marcos Mendes agora também deixará Hélcio organizar a retirada do governo da candidatura do Alfredo e comandar o desembarque desta tropa em uma outra candidatura.
Hélcio está articulando a candidatura do irmão, Luiz Geraldo. E nisto convenceu até Roberto Pillar, outrora coordenador da campanha do Alfredo. Eles tentam várias alternativas, uma delas, a mais possível, ter Luiz Geraldo compondo a chapa do Paulo César como o seu vice prefeito. Contarão com algumas dificuldades, sobretudo políticas. Vamos a elas:
Será que o PPS toparia esta composição com o PSD local? Se topar, será que ao colar a imagem do governo em sua chapa, Paulo César não estará também se auto-destruindo? Será que ele tem tanto carisma assim para suportar uma campanha na televisão em que as pessoas mostrarão que ele foi para o lado do governo? O que será que Garotinho falará disto em campanha? Garotinho determinará a vitória de alguém em Cabo Frio? Claro que não, mas será uma pedra grande no sapato de alguns candidatos. E ele vai fazer campanha aqui, não para alguém, mas contra alguns.
Mas não é só isso, eu perguntaria ainda:
E o PMDB? O que Marquinhos fez com o PMDB? Aonde ele vai colocar o partido para o qual jurou tanta dedicação? Na vice do Jânio? Mas o PT vai topar? Será que o governo tem fé numa vitória do Jânio? Se tivesse porque não lançou Luiz Geraldo lá? Porquê soltou o balão de ensaio com Luiz Geraldo na vice do Paulo César? E se Bernardo Ariston ganhar o PMDB? Com quem será que ele vai conversar? Pode conversar com Paulo César? Sim, acho que pode. Mas será que sem Luiz Geraldo na chapa, Paulo César irá dever ao governo municipal alguma coisa? Afinal, ele mesmo disse que está há anos sem sequer pisar na prefeitura. Ficará o PMDB à deriva? Se não ficar, terá sido por esforço do governo municipal que ele terá posição de destaque na campanha, ou irá o PMDB conquistar isso através da luta pessoal do Bernardo? Pois o governo até agora só deixou o PMDB minguar, pois lá colocou um candidato que hoje diz que ainda não apoia. Por outro lado, irá Marcos Mendes ser o coveiro dos projetos políticos de Paulo Melo na cidade? Paulo Melo o perdoará? Quem perdoará Marquinhos?
Mas Marquinhos não importa mais, ele é passado e nós estamos pensando no futuro. Por acaso este futuro será tão intimamente ligado ao distrito sede, sem agregar votos do segundo distrito? Imagine quando os eleitores do segundo distrito souberem que o governo está ancorado na chapa de Paulo César, será positivo para ele, Paulo? Será que o povo quer um médico e um dentista comandando a cidade?
Posso responder a cada uma das perguntas que fiz aqui. Mas Sócrates costumava acreditar que ao se indagarem, ou ao serem indagadas, as pessoas construíam as respostas verdadeiras. A este método chamamos Maiêutica.
Portanto, deixo as perguntas. Mas gostaria de saber algumas respostas, como do professor Chicão, por exemplo. Afinal, ele muitas vezes no seu blog publicou coisas do tipo: “o que será que pensa o Dr. Marcelo Paes ....”.
Portanto, meu amigo Chicão, devolvo-lhe a pergunta, ou melhor, as perguntas, mas com carinho, e com a mesma admiração de sempre pela sua luta.
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