O Amor em Marcos Mendes
Todas as análises que consideram o fato de Alfredo Gonçalves insistir em vir a ser candidato, só não são fantasiosas se Alfredo estiver ameaçando abrir o bico sobre escândalos financeiros do governo. Porque se ele não tiver nada para contar que ameace as pessoas em quem ele jamais deveria ter confiado, mas confiou, ele não terá como ir até o fim em seu projeto.
Sim, porque se ameaçar comprometer os atores da sua aventura no partido, incluindo aí Paulo Melo (que já anda todo comprometido com escândalos no DETRAN) ele pode então garantir que tem o controle da legenda em Cabo Frio. Mas se não tiver nada para falar, ele não terá este controle, e se está falando isso, está blefando. E por um simples fato, o fato de que Alfredo ainda é um famoso ninguém para muitos quadros do PMDB.
Vários deputados federais da legenda, por exemplo, sequer o conhecem. Ele entrou há pouco tempo do partido, e não tem relações consolidadas. E um partido como o PMDB não vai ficar, por conta de um sonho mal sonhado de uma Noviça Rebelde, vendo a banda passar cantando histórias de amor. Isto, aliás, já diria o nosso querido Chico Buarque de Holanda. Um parêntesis, a quem me perguntar que histórias de amor seriam estas, basta ver a gravação da declaração do prefeito na rádio Ondas. Amor e ódio, é verdade, ou amor que esconde o ódio, também é verdade, ou cinismo de amor rasgado, mais uma verdade, porém, dada a natureza do prefeito, são histórias de amor.
Entretanto, como dizia, a nominata a vereadores do PMDB deve pressionar por uma definição do quadro. Eles precisam de alguém mais leve para poder compor uma chapa, afinal ninguém deseja Alfredo como seu vice, ninguém mesmo, nem Paulo César toparia isso. E se PC topar Luiz Geraldo, onde ficará o PMDB? Apenas com a coligação de proporcional? Mas será que a nominata vai topar se sacrificar assim? Afinal ela poderia estar enchendo a empada de alguns candidatos das outras legendas.
O fato é que já passou da hora desta situação se definir. E ela ainda não se definiu unicamente por conta da indecisão sobre o que pode acontecer na Lei do Ficha Limpa. Esta indefinição não se deve a uma intransigência do Alfredo em ser candidato, ou a um compromisso com ele, não! Alfredo não manda nada no PMDB. A realidade desta indecisão sobre o que fazer é a Lei, e, evidentemente, o que acontecerá com Alair.
Um deputado federal do PT encontrou-me no plenário do congresso outro dia, e no meio daquela balbúrdia toda ficou me perguntando sobre o quadro político de Cabo Frio, no final ele me perguntou mais uma vez, e o Alair? Disse que não podia afirmar nada, afinal estas questões envolviam a Lei. Ele então foi categórico, e me afirmou o seguinte: duvido que o Dornelles não resolva, o Dornelles pode muito.
Acho que apenas por esta razão o PMDB ainda não falou para a sua noviça rebelde que o sonho acabou.
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