Artesanato. Um dos tijolos que compõe esse muro.
Voltei do Show do Roger Waters com a sensação de que nunca devemos abandonar nossos sonhos. Para ele que sempre foi um ativista na luta pelas desigualdades e contra os crimes de terrorismo, brigar pela defesa de um mundo melhor e com mais justiça, realmente não tem preço. Tudo bem que ele como vocalista de uma banda de sucesso tem maior poder de levantar bandeiras e de se posicionar diante dos governos do mundo e formar opiniões de uma maneira mais contundente. Pra mim que sou apenas uma cidadã vivendo num país cheio de problemas sociais e numa cidade pequena onde a força das oligarquias e da impunidade são fatores que muitas vezes te desiludem e te cansam, essa luta fica bem maior. Mas como me disse um sábio amigo aqui de Cabo frio que me citou uma frase de Sartre que diz: "Só vale a pena viver quando se encontra uma causa pela qual se deve morrer". Decidi que por mais obstáculos que eu encontre vale a pena tentar.
E pra aqueles que pensam e premeditadamente me julgam como alguém que tem interesses políticos ou de algum beneficiamento já digo logo que mesmo que quisesse não poderia aceitar nenhum cargo público e muito menos me resolveria aceitar algum préstimo fantasma como muitos que vemos por aí.
Não é questão de arrogância ou de orgulho, simplesmente é uma questão de honra e dignidade atrelada a uma independência que graças a Deus tive o mérito de receber.
O fato é que acredito que se todos trabalhassem por um bem comum nossa cidade poderia ganhar muito com isso. Temos todos os pre-requisitos para nos tornarmos um município top de linha. Não perdemos em nada para outras cidades com belezas naturais muito inferiores a nossa que nem possuem um patrimônio histórico e arqueológico secular e com uma cultura tão diversificada que só mesmo um péssimo governo não teve a sensibilidade de dividir esse queijo. E olha que não é um queijo qualquer, é um roquefort cortado por uma faca de prata. Só basta agora que aqueles que tenham esse prato na mão sejam capazes de dividir tal iguaria com todos e não comam sozinhos deixando a população com fome e água na boca.
Diante de tantas possibilidades de crescimento, com tantos eventos grandiosos que vem por aí, e que podem alavancar de vez nosso turismo é preciso que o poder público não perca essa chance de olhar por Cabo Frio de uma maneira mais arrojada, moderna e definitivamente mais sensibilizada com as questões ambientais e sociais. Ora, qualquer governo que hoje não tenha a preocupação com a sustentabilidade está fadado a fracassar. Vivemos num planeta onde as energias são esgotáveis e aquele que não se precaver ainda nesse momento com a preservação de nossa natureza e encontrando meios de não depender exclusivamente de seus recursos pode vir a amargar um futuro tenebroso.
Consciente de minha obrigação como cidadã do mundo tento fazer minha parte lembrando que minha luta pela valorização do artesanato, segmento esse de suma importância não só pode ser um atrativo turístico, como um agente empreendedor no quesito sustentável, só me vale pedir aos nossos próximos governantes que encarem a questão do artesanato com o respeito que ele merece. Não podemos mais ser encarados como hippies ou muito menos como ambulantes.Temos todos os predicados,para criar projetos que possam gerar empregos, capacitação de profissionais, fomentar a economia, trabalhar o desenvolvimento sustentável, trazer divisas e atrair o turista de qualidade, além de divulgar o nome de Cabo Frio.
Se eu não sou um Roger Waters pelo menos esse tijolo eu vou tentar derrubar desse muro.
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