UPA - Unidade dos Pobres Aflitos!
Na madrugada de ontem 2 irmãs (amigas minhas) recorrem ao 192 para solicitar uma ambulância para sua mãe que estava passando mal. Depois de alguns minutos de insistência viram que ninguém atendia e o jeito era acordar algum vizinho para levá-las a UPA. Chegando lá fizeram o procedimento padrão e notaram que a senhora de 65 anos estava com a pressão muito alta e carecia de cuidados, pois também se queixava de dores no peito.
As filhas como não poderiam ficar no setor para onde encaminharam a senhora perceberam que a situação era terrível aquela hora da noite, não havia enfermeiros que pudessem pelo menos providenciar um lençol para cobrir se quer a cama onde a senhora ficaria aguardando o medico. E a UPA é tão gelada, mas tão gelada que os poucos funcionários que estavam por lá circulavam com seus edredons, mas para o paciente mesmo se quer existia um misero cobertor. A pobre senhora se não morresse de infarto na certa morreria de pneumonia.
Depois de esperar por algum atendente em vão a única coisa que puderam fazer foi uma delas voltar em casa, pagando 20 reais de táxi para buscar um casaco e um cobertor para a pobre mulher. Fora isso não havia copos descartáveis e o único copo disponível para se beber água era pra ser usado por todos, sei lá desde que horas. Que vergonha!
A situação que já parecia horrorosa ficou pior, porque como não podiam esperar por notícias pelo lado de dentro o jeito foi esperar pacientemente no lado de fora, mesmo porque lá dentro mais parecia o Alasca, pois segundo eles o frio mata germes e bactérias e você morre de hipotermia.
Por acaso um médico muito novo saiu para fumar usando um desses celulares modernos, a qual manipulava insistentemente como se tivesse ali mandando mensagens ou jogando algum tipo de joguinho. As irmãs aflitas perguntaram ao médico se ele podia trazer notícias de sua mãe que já estava lá dentro fazia algum tempo. Ele sem erguer os olhos do celular, num total desinteresse pela situação, disse que sim.
Uma das moças falou: Ela está no setor vermelho, ele então entrou ainda manipulando seu celular e voltou dizendo o seguinte: Sua mãe é aquela senhora bem velinha? A moça respondeu: Ela é uma senhora, mas não é tão velinha assim: Da pro senhor voltar lá e procurar por dona Denize no setor vermelho? Ele então retornou lá pra dentro e depois de alguns minutos veio com a seguinte notícia: Olha a Dona Gilda passa bem.
Nessa hora o sangue subiu a cabeça e a pobre filha aflita teve que tomar satisfações com esse médico, que mesmo diante de tudo não largava a porcaria do celular.
-Ou o senhor traz uma notícia da minha mãe ou vou chamar a polícia!! Gritou a moça desesperada!
Vendo que a mulher não estava para brincadeira voltou pela 3ª vez o médico para dentro da UPA procurando saber se a senhora passava bem ou não, depois de alguns minutos finalmente volta ele com boas notícias dizendo que Dona Denize teve um principiozinho de enfarte mas já estava com a pressão regularizada, que podia voltar pra casa sem problemas. Mas que ele apesar de não ser cardiologista recomendava que a filha comprasse um tal remédio que ele ACHAVA que estabilizaria a pressão da senhora.
Vira minha amiga para o “Doutor”:
- O senhor acha que depois de tudo isso que aconteceu eu vou dar para a minha mãe um remédio receitado por um médico como o senhor que nem sabe se vai fazer efeito ou não? Tá de brincadeira?
E para terminar essa estória com chave de lata, minha amiga teve que voltar pra casa com sua mãe e sua irmã de táxi de novo, pagando 20 reais novamente, porque não havia motorista que levasse as três de ambulância aquela hora da madrugada.
Esta é a UPA - Unidade dos Pobres Aflitos!
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