No domingo cultural de hoje não trarei aqui nem poesia e nem
crônica de minha autoria, quero levar a você querido leitor e amigo uma carta que
teve como destinatário meu pai Oty Garcia, ilustre acadêmico de ciências e
letras, poeta e antropólogo, que se encontrava em uma de suas infinitas
pesquisas pelas fazendas do bom estado das Minas Gerais, e como sempre, me
convidando por carta a estar junto a ele em suas pesquisas, e assim respondi ao
seu convite...
Ao Ilustre Poeta Maior Oty Garcia.
Pai, ao atirar-se de corpo e alma no encantado mundo das
fazendas que tanto lhe atraem, sinto o teu espírito voando nas asas dos magos
silfos e se transformando em carinhosa brisa que, de gota em gota, vai umedecer
os sagrados campos da natureza.
Sinto-te como a bela flor do prado, à espera do matutino
orvalho, que de mansinho vem regar a vida ou, como a laboriosa abelha que, de
flor em flor vai, sugando o delicioso néctar, para adoçar os labirintos da sua
majestosa colméia.
Sei, que cada momento vivido nesse paraíso, pode-se comparar
à meigas saudades desenterradas; saudosas lembranças dos felizes momentos da
sua infância.
Bem! Aqui a vida é: luta, persistência... Não desanimo! Hoje na dura realidade do presente, sinto que
o meu passado é um montão de cinzas; restos inanimados das minhas ilusões.
Clamo aos Deuses, me atiro ao futuro e interrogo o porvir;
aqui estou eu, tentando levantar o véu da esperança. Este, meu Pai, é o mundo
real em que vivo! Gostaria de estar junto de ti, no mundo encantado em que
estás vivendo. Onde se ordenar às árvores que respirem, elas respirarão; se
pedires às flores para sorrirem, elas sorrirão e, se pedires bem suavemente à
natureza ela, em complacência do sofrimento deste teu filho, faria derramar
sobre ele o suave perfume emanado dos Deuses.
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