De Alair a Leitão, Todos Juntos e Misturados.
Mais uma vez volto a explicar a minha tese de realizar uma
eleição plural em Cabo
Frio. Ou seja, uma eleição com o maior número de candidatos
possível.
O fato, mais do que verdadeiro, é que vivemos em uma sociedade
plural, multicultural. E esta pluralidade, esta multiculturalidade, é um fator
positivo. A tese mais aceita para o grande desenvolvimento de Roma a partir dos
anos 600 é a de que a cidade, pela sua posição geográfica, recebeu pessoas
oriundas de vários locais da Europa. Veio gente que detinha conhecimento para
mexer com a madeira, com o ferro, com o barro, com a pedra, ou seja, foi uma
cidade que se desenvolveu por ser multicultural, por ser plural, e se
desenvolveu a ponto de se tornar o maior império jamais visto,
Portanto, esta pluralidade é muito positiva, pois que
recolhe experiências diversas e as incorpora em um arranjo produtivo único.
Neste sentido, tendo uma eleição a cada quatro anos, nada melhor para uma
cidade do que ela se mostrar diversa, do que ela se mostrar multicultural, do
que ela se mostrar plural. Para isto é preciso que as diversas culturas que
compõem a sociedade se disponham a disputar o voto. Seria muito bom se víssemos
representantes de toda a sorte de cidadãos, e se pudéssemos escolher, pela
maioria, aquele que mais tocasse a população.
Dirão alguns: - mas com tantos candidatos não haveria uma
grande maioria, e sim uma pequena maioria! Ora, claro que não, com muitos candidatos
nós saberíamos como está diversificada a nossa cidade, e caberia àquele que
ganhasse a eleição saber trabalhar com esta diversidade, possivelmente
convidando os representantes de alguns destes grupos a tocarem com ele o
governo. Ora, se assim fizesse, o prefeito eleito iniciaria o seu mandato não
com a aprovação apenas da porcentagem que nele votou, mas com o apoio de todos
os grupos que estariam representados no governo. Certamente teríamos uma
sociedade bem representada no poder executivo.
Do ponto de vista político, isto é bom para todos os
candidatos, pois quem está com baixos índices precisa disputar menos votos, e
quem está com altos índices pode até perder alguns votos. Afinal, muito
diversificada, uma eleição com estas características pode fazer um vencedor com
cerca de 28 % dos votos. Ou seja, quem está com 40 pode até perder pontos, e
quem está com 15 precisa disputar apenas 13 pontos.
Vamos a um exemplo prático, suponhamos uma eleição com 8
candidatos, e vamos assim supor porque a cidade de Cabo Frio tem 8 pessoas se
dizendo candidatas, a saber (em ordem alfabética): Alair Correia, Alfredo
Gonçalves ou Bernardo Ariston, Cláudio Leitão, Froilam, Jânio Mendes, Mansur,
Paulo César e Silas Bento.
Então vamos lá, vamos supor alguns números que me parecem
verossímeis, não produzindo nenhum super homem, e nenhum pária.
Candidato A – 26,8 % Candidato B – 19,6 % Candidato C – 13,4
% Candidato D – 9,5 % Candidato E – 5,4
% Candidato F – 3,5 % Candidato G – 3,4 % Candidato H – 2,9 % Brancos– 2,8% Nulos – 2,9% Abstenção –
9,8 %
Não vejo porque um cenário como este não possa acontecer. E
vamos além, vamos imaginar que o prefeito eleito possa chamar os candidatos C,
E, F, G e H para o governo, deixando os candidatos B e D de fora por questões
de oposição, e é bom que haja uma oposição. Neste caso nós teremos que
desprezar os candidatos B, D e os votos nulos, pois o branco é considerado
aceitação a quem ganhar. E vamos desprezar também as abstenções, diminuindo o
quórum de votantes e fazendo com que este quórum represente os 100 % da cidade.
Pois bem, neste cenário teríamos o prefeito iniciando o
governo com 64,53 % dos votos da cidade, ou seja, 64,5% de aprovação. Pois
seriam 58,2 % dos votos em um universo de 90,2 % de votantes.
Acho que assim é que deveriam se comportar as eleições em
cidades onde não há 2º turno, pois caberia ao prefeito saber incorporar ao
governo aquelas conversas que em eleições onde há 2º turno passam a ser objeto,
muitas vezes, de venda de apoio. Neste caso o partido não poderia vender o
apoio em um segundo turno, pois ele não existe, os custos seriam menores, e a
política seria maior.
Enfim, é isso. Não sei se consigo explicar melhor do que o
que escrevi, talvez só falando. Mas espero que tenha conseguido me fazer
entender.
Um abraço
Marcelo
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