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Passando a Limpo. Por Charles Domingues.



Na Contramão do Desenvolvimento Sustentável.

Aproveitando esse período agitado entre eleições municipais, CPI e a aprovação do texto-base do projeto que modifica o Código Florestal, com pontos defendidos por ruralistas sendo que, em caso de aprovação por parte de nossa presidente haverá de uma forma ou de outra o fomento a atividades agropecuárias ilegais, ou uma lei que anistia a muitos que já degradaram, poluíram e etc.

Falando em degradação e trazendo para a nossa realidade eu não poderia deixar de falar no assunto que muitos estão deixando passar despercebido que é a construção do Park Shopping praticamente dentro de uma APP e vale salientar que obra hoje esta em fase mais do que acelerada.

Eu venho recebendo em meu blog e até mesmo nas ruas, muitas criticas, pois eu sou absolutamente contrario a construção do empreendimento naquele local, porem é claro que sou a favor da construção de um shopping ou qualquer empreendimento que venha fomentar a economia da cidade, gerando empregos diretos e indiretos mas dentro do foco de desenvolvimento sustentável ou seja longe de uma APP dos Sambaquis da mata nativa e dos manguezais.

O mais interessante das criticas é que em sua maioria estão fundamentadas no desenvolvimento urbano, ou seja, o Shopping trará para a cidade desenvolvimento, empregos e uma parte da população é a favor, porem eu também sou a favor desde que construído em um local apropriado. Caros amigos uma estrada pode ser interessante para a cidade, uma via férrea também, porem precisam de alguns estudos para que o projeto seja viabilizado e os impactos resultantes das alterações realizadas no meio ambiente sejam mitigados e nos final dessa matemática os impactos positivos sejam maiores do que os negativos só naquele local isso se torna muito difícil, quase impossível.

As complicações para instalação de um empreendimento naquele local não são poucas. Esse é o preço que o empreendedor paga, por instalar um empreendimento desse porte naquela área.

A duas semanas atrás me questionaram na rua qual o local que eu indicaria para a construção do shopping, de pronto respondi quem tem que informar é a lei de zoneamento, pois qualquer coisa fora dessa lei é mera especulação, alias essa lei é praticamente o inicio de qualquer processo de licenciamento ambiental, o problema é que essa lei assim como outras passaram desapercebidas aos olhos de quem licenciou o empreendimento.

Caros leitores, o que não pode e eu nuca aceitarei é que passem por cima das leis, se a faixa marginal de proteção é de 30 metros então que seja respeitada, se o zoneamento permite comércio de pequeno porte então que seja respeitada.  

Amigos o intuito das pessoas que criticam quem é contrario a esse projeto naquele local, é de passar a população que o projeto é ecológico, sustentável, e não causara impactos, mas desenvolvimento sustentável visa usar os recursos naturais sim, mas se preocupando com quem vai utilizá-los amanhã.

Fica então a seguinte pergunta, será que os recursos naturais naquela área e naquela situação não serão esgotados? E o patrimônio cultural não será modificado? Ninguém usa a lagoa como fonte de vida? Qual função da lagoa dentro desse eco sistema?

Muitos afirmam que é melhor um Shopping do que o abandono que o local se encontrava, isso é um jargão no mínimo sem fundamento, pois se o local estava abandonado cabe ao poder publico zelar pela manutenção daquela área, pois alem de um riquíssimo patrimônio ambiental é de suma importância para a manutenção desse enorme ecossistema chamado laguna de Araruama.

Se esse mega empreendimento ali for instalado a população a principio poderá ate ficar satisfeita, porem com o passar do tempo as alterações em suas vidas serão tão grandes que em um dado momento vão se perguntar se realmente aquele local pertence a mágica cidade de Cabo Frio.

Amigos vamos sair da contramão da sustentabilidade o mundo esta mudando vamos mudar também. O mundo capitalista tem como missão enriquecer através do consumo desenfreado da população, nos podemos ser ricos porem precisamos respeitar as leis, o empreendedor escolheu o local, mas quem deveria informar que o local não era passível desse tipo de empreendimento seria o Município.

Acho que nós deveríamos nos fazer algumas perguntas, aproveitando essa época de “pré-campanha eleitoral”.
Nós realmente lembramos em quem votamos nas ultimas eleições?
Quais as reais motivações que nos levaram a tal atitude?
E por fim ele atendeu as suas expectativas?
Pois é!!!!!!!!!!!!!

Eu sou Charles Domingues sou Gestor Ambiental e Químico
Não deixe de ler o meu blog

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