A Política em Cabo Frio
Caros leitores, enfim retornei de Brasília, de onde, em
função das eleições, estou me exonerando das funções no gabinete 371 do anexo
III da Câmara dos Deputados. Ainda como Secretário Parlamentar participarei
esta semana da RIO + 20, mas já não regressarei à Brasília após a reunião.
Neste breve período em que lá estivemos fizemos muito.
Apresentamos vários projetos de Lei, entre os quais o Imposto sobre Grandes
fortunas, a regulamentação do adicional de penosidade, direito do trabalhador
assegurado pela Constituição, mas até hoje não pago pelos patrões pois que não
regulamentado, a Lei para expandir a licença maternidade paritariamente às mães
adotivas, e vários outros projetos que estão disponíveis no site HTTP://www.draluízio.com.br, além de
denúncias no parlamento, audiências públicas e participações em comissões
externas.
Infelizmente são todos projetos que defendem a classe
trabalhadora, e o Congresso Nacional do Brasil é uma casa que defende os
interesses dos ricos e dos poderosos, por isso nossos projetos sofrem tanto
para avançar. Afinal, não falta deputado para representar a Federação dos
Bancos e votar contra, por exemplo, a Contribuição Social das Grandes Fortunas.
Por outro lado, chego em um momento em que as coisas estão
fervendo politicamente. Muita desinformação ronda os blogs. A posição de que
acusam Bernardo, em breve, mostrar-se-á falsa. O problema é que os blogs não
tem o tempo das questões políticas, pois eles se alimentam de notícias, e não
de estratégias. E notícia é tudo aquilo que acontece no dia-a-dia, mesmo que
este acontecimento tenha um propósito futuro diferente do que se visualiza no
dia de hoje, não importa. A notícia é a do dia de hoje. Amanhã muda-se, se for
o caso.
No caso em questão do PMDB, nada para mim está definido. Eu
só abandono a briga política quando o fato político que a produziu estiver
superado. E o fato político neste caso é o registro da candidatura. Então, eu
só abandono esta questão do PMDB após o registro definitivo no Tribunal Eleitoral.
Até lá, Bernardo está pagando um preço. Mas ao final, se justos forem, os blogs
podem ter que falar outra coisa. Por outro lado, a convenção do PMDB será
apenas dia 30 de junho. Esperemos as águas passarem.
Enfim, se a Frente do governo realmente se formar, creio que
outra, contra o governo, há de formar-se também. Mas falar muito agora
prejudica os acontecimentos. E, por incrível que pareça, as coisas sempre podem
mudar.
Com relação a Alfredo, acho que fez a opção certa. Agora é
reerguer a cabeça, sem esquecer do que aprendeu no passado. Infelizmente com
dores que atingiram muito a ele e à sua família. Mas a vida pública tem este
péssimo preço, sobretudo quando fazemos opções erradas. Ele é jovem, pode e
deve superar o episódio. Para isso, a meu ver, deve fazer um caminho ideológico
e não pragmático. Pois o pragmatismo ainda está muito vivo em sua carreira, e a
escolha pragmática que ele fez não foi a correta. Na verdade Alfredo tinha
ainda pouca vivência nos bastidores desta política partidária cartorializada
que existe no Brasil, por isso acreditou em um casuísmo e fez dele um projeto
político. Mas passou, e ele teve altivez para decidir com independência.
Muitos dirão que eu apostei em várias candidaturas.
Realmente trabalhei para isso, defendi muito isso, e tenho certeza que quanto
mais opções se tem, mais representativa é a democracia. Ocorre que a máquina
municipal e a máquina estadual estão trabalhando juntas por uma frente. E sendo
assim há que se responder com outra frente.
Acho que frentes só deveriam se formar para combater
governos autoritários. Mas, infelizmente, onde reina a mediocridade política
muitas vezes também temos que ceder à formação de uma frente. Que nunca
representa o ideal, mas que sempre representa o possível.
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