Sobre a Formação de uma Frente Política.
Caros leitores, por favor, vamos fazer uma coisa. Vamos
esperar os acontecimentos. O processo político depende de articulações, ele é
uma reunião de diferentes em prol de uma causa comum. Não é fácil formar uma
frente, sobretudo nos regimes presidencialistas, onde a força do mandatário é
enorme e se ele agir de forma imperial pode acabar assustando os possíveis
companheiros de jornada.
As pessoas precisam aprender a reconhecer os seus erros,
independentemente da idade. Estamos neste mundo para melhorar sempre, e não
para piorar. O PSDB está tentando formar uma frente política. E não é fácil
formá-la, sobretudo quando ela é tão heterogênea.
Várias pessoas falam de mim buscando analisar uma ou outra
declaração em um contexto que não é o social, mas o político. Infelizmente eu
entro derrotado nesta composição. Sou a favor de várias candidaturas e isto não
vai se dar. Queria não ter nenhuma responsabilidade neste processo e poder sair
gritando “Pátria o Muerte, Venceremos”, ou então bradar “hasta La vitória,
siempre”.
Mas não é assim. Por exemplo, eu venho há quase dois anos
ajudando Alair no que ele me pede, ou mesmo sem me pedir, em relação à
política. Coloquei-o em contato com amigos meus com mandato de deputado federal
pelo PT, articulei sua entrada no PCdoB, estou alertando-o sobre os destinos do
DEM desde sempre. Portanto eu não cheguei ontem, após tê-lo inviabilizado pro
este tempo todo, não. Eu, como diria o Brizola, venho de longe.
Achei que após estes dois anos de “serviços prestados” seria
muito fácil encontra-me com ele para decidirmos projetos para a cidade. Mas não
foi. Eu preciso entender os seus limites, mas preciso dizer-lhe que ele precisa
abrir-se para além dos seus limites.
Entretanto, isto não dá o direito à uma tropa de choque que
o representa nos bares sair dizendo besteiras acerca da minha participação. Se
houve alguma dificuldade, e se tivermos que resolvê-la, a resolveremos de forma
madura e pelo bem da formação de uma frente.
Àqueles correligionários do Alair que dizem que eu estou
fazendo o jogo do Jânio ou coisa parecida, eu pergunto: Além de bajularem o
chefe, o que trouxeram de concreto para ele? Trouxeram partidos? Eu trouxe.
Quebraram grandes resistências em outros partidos, como no PSDB? Eu quebrei.
Lutaram internamente para não permitir que o vereador Fernando do Comilão engrossasse
a tropa do Alfredo viabilizando assim a sua candidatura? Eu lutei. Alertaram-no
de possíveis dificuldades em outros partidos, como no DEM? Eu alertei. Enfim, o
que querem mais?
Uma frente é um projeto aglutinativo de pessoas,
respeitando-se as aptidões de cada um, e tornando consoante projetos para a
cidade. Em uma frente é absolutamente imprescindível a confiança na capacidade
descentralizadora de quem estará comandando o processo. Se esta
descentralização está difícil, é preciso se arranjar mecanismos para fazer com
que ela exista. Em uma frente é preciso saber atender as demandas dos possíveis
companheiros, desde que sejam justas, republicanas, e que estejam em sintonia
com os interesses de todos.
Por outro lado, ajustes existem na formação de um arco de
alianças, não se monta uma frente da noite para o dia. Uma frente, como disse,
se monta na necessária absorção de projetos comuns. Senão não vale à pena
montá-la.
Enfim, o que posso dizer é que estão sendo feito ajustes na
montagem de uma frente em
Cabo Frio. E isto é para que seja uma frente que valha a
pena. Uma frente para todos, e não uma frente para adoração de alguém. É uma
frente da democracia.
Para isto, muito ajuda quem pouco atrapalha. Acusações
levianas e inventadas pelo prazer apenas de denegrir os outros, apenas
atrapalham, e muito. Ao sentarmos em um café, se não tivermos nada de bom para
oferecer, ao invés de usarmos a boca para insultar, vamos usá-la para beber um
suco de maracujá. É bem melhor, e acalma os ânimos.
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