O Granizo Que Caiu do Céu!
A natureza fala, mas a humanidade não escuta. Aí vem os
desastres naturais anunciar que não tem como competir de igual pra igual quando
a natureza resolve testar a concorrência. E se uma chuva de granizo serviu para
transparecer o modo precário que grande parte da população de Cabo Frio vive no
momento, isso só demonstra que muitas vezes os flagelos da providência se faz
necessário para servir de alerta e que a necessidade de mostrar tal
realidade muitas vezes é o que a natureza se cerca, para alcançar o objetivo de
apreciar os resultados que proverão de tamanha provação.
Podemos julgar somente do ponto de vista pessoal aquilo que
chamamos de destruição, por causa do prejuízo que ocasionam; mas esses
aborrecimentos são, na maior parte das vezes, necessários para fazer chegar
mais rapidamente a uma ordem de coisas melhores.
E aqueles que foram de uma forma indireta portadores do
sofrimento de tais pessoas, por conta do descaso e da indiferença, certamente
pagarão pelo feito, ou melhor, certamente pagarão por aquilo que deixaram de
fazer de benefício para essa população tão carente, que todos nós como
sociedade tivemos que conhecer por conta do "bendito" granizo que
caiu do céu.
Pode parecer até um tanto quanto sádico chamar de bendito um
fenômeno que causou tanto sofrimento, mas se não fosse por ele, não saberíamos
quantas pessoas vivem em condições sub-humanas, por falta de políticas públicas
que favorecessem a questão habitacional de nosso município. Foi preciso que uma
tempestade violenta caísse, para que alertasse os moradores de dentro de suas
coberturas:
Olha! Aqui tem gente vivendo debaixo de um teto de telha, de
lona, de papelão! Em casas totalmente desprovidas de segurança e moradias
totalmente precárias!
O que podemos dizer quando a negligência de um governante
torna visível sua péssima administração, a ponto de uma tempestade expor o
quanto a população de Cabo Frio está totalmente desamparada? Há os que
não acreditam que a providência divina nada teve haver com isso, e que a
chuva de pedra não passou de um simples fenômeno natural, há quem diga que isso
foi uma mera tempestade, mas se formos buscar os exemplos de tantas
outras calamidades, cujos governos também tiveram de forma direta ou indireta a
culpa de tantos sofrimentos, Cabo Frio sofreu pela indiferença e o
descaso, assim como no caso do Morro do Bumba, em Niterói, assim como no caso
de Friburgo, e tantos outros municípios que foram atingidos por flagelos
naturais e mostraram que a incompetência administrativa, pode
transparecer , quando a natureza resolve dar o alerta, mesmo que seja da pior
maneira.
Sofre o pobre, o carente, aquele que tem menos condições,
seria isso um castigo? Deus estaria punindo os mais fracos, pela indiferença do
mais forte? Com certeza não! Porque calamidades são provas que
proporcionam ao homem a ocasião de exercitar sua inteligência, mostrar sua
paciência e sua resignação e até mesmo multiplicarem neles os sentimentos de
abnegação, de desinteresse e de amor ao próximo.
Que o novo governante saiba aprender com esta lição o
sentido de não ser dominado pelo egoísmo. Pois não podemos nos livrar dos
fenômenos naturais, mas podemos nos livrar dos maus representantes do povo.
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