PRAÇA DAS ÁGUAS A LIMPEZA DE UM LAGO
EUTROFIZADO
Caros leitores, desde janeiro de
2012, venho acompanhando a situação da praça das águas, e talvez para a
surpresa de toda a cidade, incluindo a minha, podemos presenciar a limpeza do
lago artificial e me parece que em caráter emergencial, haja vista as condições
apresentadas no local quando da execução dos procedimentos.
A praça das águas e um sistema
fechado, semi-aberto com recirculação de água, ao contrário de lagoas naturais
com rios fluindo através delas. Esse sistema necessita receber tratamentos
específicos, para que esse tipo de água não chegue ao estado que todos nós
tivemos a oportunidade de ver. Um lago artificial dessa magnitude depende de
filtração biológica para purificar a água, aeradores para oxigenação ( precisamos
ver se a aeração dos chafarizes são capazes de realizar a oxigenação da
água), também é preciso deixar claro
para os gestores que sempre estarão
sujeitas à sazonalidade, assim como deve ser monitorado, pois existem
visitantes ao redor e além de questões de segurança, se faz necessário dosar a alimentação
para os peixes dentre outras varias ações.
O aumento de nutrientes na água
(Principalmente Nitrogênio e Fósforos), de forma natural ou artificial, cientificamente
é chamado de eutrofização, daí a minha colocação de que o lago esta
eutrofizado, esse fenômeno pode ocorrer em vários ecossistemas aquáticos.
Visando validar a informação
trago uma definição utilizada por ESTEVES (1988), “O processo de eutrofização é
desencadeado principalmente pelo excesso de nutrientes na água (nitrogênio e
fósforo)”.
Trata-se de um inconveniente que
ocorre devido as algas ficarem em suspensão na água. Estas se proliferam por
encontrar nessa água um ambiente propício, devido à presença de nutrientes e luminosidade.
Portanto essa explosão de algas muito provavelmente se deve aos nutrientes mais
importantes neste ciclo que são o nitrogênio e o fósforo. Mas de onde vem essa
quantidade excessiva de nutrientes?
Vem de uma serie de equívocos no
processo de tratamento utilizado na praça das águas.
Caro leitor a grande quantidade
de nutrientes e a pouca profundidade dos tanques, proporcionaram boas condições
para a proliferação dessas algas, como o sistema é acumulativo, esse processo
foi catalisado pelo descontrole total no emprego de rações não consumidas,
aliada a não remoção do lodo acumulado no fundo da lagoa (pude constatar in
loco uma camada muito densa desse sedimento), somasse a todos esses fatores o descontrole
da qualidade da água sob aspecto físico químico, na verdade alertamos para
esses equívocos desde janeiro de 2012.
Eu acredito que para se agregar valor,
precisamos apontar os problemas e indicar soluções e vamos tentar através da
audiência desse Blog fazer com que alguns procedimentos cheguem as pessoas
responsáveis pela gestão publica, pois creio que se tivessem tais soluções não estariam utilizando a ultima
alternativa possível, que é o esgotamento do lago e remoção dos peixes, senão
vejamos:
Aumentar o número de plantas que
absorvem os nutrientes que alimentariam as algas em suspensão e ainda
proporcionam sombra ao ambiente;
Redimensionar o filtro mecânico
“não sei se existe no projeto ”
Adequar a quantidade de peixes ao
tamanho do lago;
Alimentar de maneira controlada e
com ração de qualidade. Considerando o sistema digestivo dos peixes, (consultar
um Biólogo especialista), alimentar em quantidades que possam ser consumidas
rapidamente, sem sobras;
Aumentar as trocas parciais da
água para eliminar altos índices de amônia, nitritos, nitratos, etc.(Precisa
ser previamente calculada visando evitar perdas desnecessárias de água);
Proteger o lago ornamental da
queda de folhas;
Verificar a potência do filtro
UV, e se o tempo em que fica ligado é suficiente, caso não exista instalado,
providenciar o mais rápido possível, visando remoção de sólidos suspensos e desinfecção
da água, haja vista ser um sistema semi-aberto com retorno como mencionei
anteriormente.
Caso contrário, o circuito
voltara a apresentar excesso de matéria orgânica, que possivelmente servirá
como nutriente para a proliferação de novas algas e com isso grandes variações
nos níveis de amônia, nitrito, oxigênio e pH. Estas alterações podem gerar
grande estresse nos peixes, tornando-os mais suscetíveis às doenças.
Vejam que Todos estes fatores
podem ser controlados com correções simples. Porem alguns critérios parece que
ficaram um tanto quanto desconhecidos vamos a eles:
Os peixes serão doados? Se vão
quais os critérios de avaliação serão utilizados?
O que farão a partir de agora,
deixaram o lago eutrofizar novamente e somente ai ira realizar oura ação
corretiva?
Os profissionais que realizaram
os serviços estavam totalmente sem proteção, ou seja, olhos, boca, nariz,
rosto, pele totalmente expostas sem a mínima preocupação com relação a utilização
de EPI’s (Equipamento de proteção
individual).
Qual foi o destino dado ao
resíduo removido, haja vista estar rico em nutrientes?
E por fim qual foi a
classificação dada ao resíduo, para que ele pudesse receber o correto destino?
Fica também a sugestão para que
os gestores do município verifiquem dentre outras a Resolução CONAMA 357/2005,
e vejam se a qualidade das águas do lago se apresentaram dentro dessa
respectiva Conama, pois a mesma;
Dispõe sobre a classificação dos
corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como
estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras
providências
Menciona em seu
Art. 2o item IV - ambiente lentico: ambiente que se
refere a água parada, com movimento lento ou estagnado;
E também no seu Art. 4º item V -:
alínea b classe 3: águas que podem ser destinadas a harmonia paisagística.
Fica ainda a sugestão de
verificar o enquadramento do lago dentro do Conama assim como avaliar as
analises de água, a fim de validar a mesma dentro de parâmetros recomendados
para posteriormente destinar os peixes.
Eu sou Charles Domingues
Sou Gestor Ambiental e Químico
Não deixe de acompanhar o meu
blog www.charlesdomingues.blogspot.com
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