BRASILEIRO MUDA A CARA DA POLÍTICA E SONHA COM JOAQUIM
BARBOSA: UM NEGRO NO PODER!!!
O eleitor do século XXI quebra
paradigmas e preconceitos e muda a cara da política brasileira. Depois de 2002, a primeira eleição do
século XXI, vimos como se fora um marco, uma bandeira, uma quebra de paradigmas
e preconceitos mudando de vez a cara da política brasileira. Podemos nominar
como quisermos, mas estava clara a busca de um povo pela sua identidade. Foi
quando em sua quarta tentativa Lula, líder e um dos fundadores do Partido dos
Trabalhadores – PT - viu o povo atender o seu chamado e, como se absorvesse por
completo o slogan de sua campanha deu a ele sua primeira vitória, ficando claro
para todos que a esperança venceu o medo.
Lula, apesar de ter tido grande
aprovação popular, ficou com sua imagem, a do governo e a do partido arranhada
com os sucessivos casos de corrupção, culminando com o escândalo do mensalão,
ficando clara sua falta de pulso e firmeza
no combate àquela erva daninha tão deflagrada em seus discursos em
tempos de campanha antes de chegar ao poder.
Ainda assim, Lula conseguiu
eleger a presidente Dilma, a primeira mulher no poder em nosso país, ficando
mais uma vez nítida a busca do nosso povo de encontrar algo novo. Desta vez, a
esperança venceria a desconfiança, afinal, Dilma não era política, era uma
guerrilheira do passado, mas uma tecnocrata do presente e, depois de 08 anos
com um ex-sindicalísta estávamos, agora, de frente com uma mulher e ela, dentro
do possível, tem até feito um bom trabalho, mas sabemos o quanto é complexo
manter a governabilidade no sistema político brasileiro atual.
Então, principalmente no quesito
corrupção, ela até tem sido mais ágil nas tomadas de providências do que o
ex-presidente Lula, ainda assim, está longe de contemplar os anseios de novo
eleitor brasileiro que, para muitos especialistas, pode ser utópico mas, para
aqueles que sonham e acreditam na moral, na ética e no caráter é possível SIM
viver sem corromper ou ser corrompido e, mais uma vez, estas qualidades e estes
sonhos quebram o ” protocolo” do tradicional ou até mesmo o preconceito dentre
todas as classes sociais. Ou seja, eleger para presidente o ministro e agora
presidente do Superior Tribunal Federal Joaquim Barbosa, o primeiro negro na
história a assumir o maior poder deste país.
Com uma história de vida que tem
a cara da maioria dos brasileiros, Joaquim Barbosa é mineiro, é o primogênito
de oito filhos, tem o pai pedreiro e a mãe dona de casa, passou a ser arrimo de
família quando estes se separaram. Aos 16 anos foi sozinho para Brasília,
arranjou emprego na gráfica do Correio Braziliense e terminou o segundo
grau, sempre estudando em colégio público. Obteve seu bacharelado em Direito na
Universidade de Brasília, onde, em seguida, obteve seu mestrado em Direito do
Estado. Prestou concurso público para procurador da República, e foi
aprovado. Concluiu seu mestrado e doutorado na Europa, é fluente em francês,
inglês, alemão e espanhol. Toca piano e violino desde os 16
anos de idade, provando que é possível chegar lá e, claro, como a maioria dos
brasileiros, sendo determinado e não desistindo nunca.
Foi indicado Ministro para o
STF em 2003 pelo, então, presidente Lula que, além de ser seu
eleitor declarado, em determinado momento chegou a citá-lo no exterior, mais
precisamente em Los
Angeles – EUA, dizendo – ”Lula é um democrata, de um partido
estabelecido. As credenciais democráticas dele são perfeitas’.” E mais, o
escândalo do mensalão não influenciou seu voto: em 2006, já como relator do
processo, escolheu novamente o candidato Lula, que concorria à reeleição. “Eu
não me arrependo dos votos, não. As mudanças e avanços no Brasil nos últimos
dez anos são inegáveis. Em 2010, votei na Dilma.”
E foi este perfil, com coragem,
com competência inquestionável, mas com cara de povo, que conquistou e está
conquistando a nação nos últimos tempos. Desde o início de sua atuação como
ministro, tanto no STF como no Tribunal Superior Eleitoral –TSE-, sempre se
prostrou como defensor literal da justiça, mesmo que por muitas vezes tivesse
que divergir veementemente de seus pares, como ocorreu com Gilmar Mendes, Marco
Aurélio de Melo , Ricardo Lewandowski, dentre outros.
Lutou contra a morosidade dos
processos na justiça, lutou e foi a favor de casos importantes para sociedade
como o uso de células tronco, mas é inegável que foi no caso do julgamento do
Mensalão, em que ainda é o relator, até por ser considerado o maior esquema de
corrupção da história do país, que se destacou mais. Mas o que mais
impressionou foi o fato de que sempre deixou claro sua isenção em praticar a
justiça, condenando ou absolvendo, mas acima de tudo agindo dentro dos
princípios da legalidade, da ética e da moralidade, mesmo tendo dito, como
citamos acima, ser eleitor de Lula e Dilma, além de ter sido Lula quem o
indicara para ser Ministro.
Com isso, vemos a cada dia
aumentar e crescer a confiança assimilada pelo povo quanto ao seu nome, estamos
vendo o seu estilo refletir na identidade tão sonhada por nossos cidadãos, ao
ponto de ver matérias em jornais, revistas e elogios de todos os tipos nas
redes sociais, chegando a fazer campanhas pró-candidatura dele para presidente
em 2014.
Enfim, ele, com seu jeito
simples, mas verdadeiro, do tipo ”olho no olho” acabou envolvendo a sociedade
em um amplo debate sobre ética, transparência, justiça sustentada, república,
democracia e Estado Democrático de Direito. O Ministro Barbosa iluminou a
soberania popular, uniu a nação e revelou para todos que o futuro do país não
pertence aos corruptos condenados no STF e seus defensores, mas sim aos
estudantes e trabalhadores que hão de consolidar a democracia e reconstruir a
política para o bem estar de milhões de brasileiros.
Demerval Soares é Bacharel em
Administração de Empresas e Pós-graduado em Gestão Empresarial.
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