Meu caro Álex Garcia, não sei se
é do seu tempo, mas havia uma cantilena inocente, geralmente usada para
distrair as crianças. Lembro que meu avô costumava nos juntar na varanda e
ficava simulando beliscar as palmas de nossas mãos, perguntando e provocando
nossas respostas. Mais ou menos assim:
- Cadê o toucinho que
estava aqui?
- O gato comeu! –
(respondia a criançada)
- Cadê o gato?
- “Tá” no mato...
(era a resposta)
Se não é do seu tempo, certamente
muitos leitores irão se lembrar. Mas vamos aos fatos:
- Estava eu, início de madrugada,
abrigado num boteco do Boulevard Canal, de frente para o atracadouro dos barcos
de turismo, quando percebi dois velhinhos na mesa ao lado repetindo essa
cantilena. Não me lembro de quantas eu já tinha tomado, mas a ladainha me
pareceu ter o seguinte enredo:
- CADÊ O PEIXINHO QUE
ESTAVA AQUI?
- O “gato” vendeu!
- CADÊ O “GATO”?
- Tá rindo do fato!
- ME EXPLIQUE ESSE
FATO...
- O Prefeito comprou!
- NÃO FEZ
CONCORRÊNCIA?
- E nem licitou!
- E QUANTO CUSTOU?
- Oitenta e “varada”!
- O PEIXE É DE OURO?
- Já até descascou
- E NINGUÉM RECLAMOU?
- Um blog, outro
blog...
- E NÃO ADIANTOU?
- Respondeu o
Prefeito...
- O QUE FOI QUE
FALOU?
- Fiz mais uma MERDA,
e o povo pagou!
Foi isso meu caro Álex, pena que
não tenho testemunhas, mas que foi assim, juro que foi!
Continue agitando!
Cassiano Reis
Comentários
Postar um comentário