É muito fácil ser gente!
Tem gente que quando não faz na
entrada, faz na saída, tem gente que a gente vê por aí, tem gentinha, gente
como a gente, gente que faz e acontece, gente que não se enxerga, gente
inocente, gente que não quer só comida, tem gente que não quer ter cara de
babaca, tem pouca gente, gente pra cara...! Tem gente miúda, gente
graúda, gente que brilha, gente fina, tem gentalha! Gentalha! Tem gente
que não acaba mais.
E quando procuramos o significado desta palavra que vem do latim gens, gentis, trazendo a idéia de conjunto de pessoas fico me perguntando se nós não estamos sendo muito mais gente do que seres humanos.
O ser humano sim é igual a pessoa e que gente pode ser qualquer um, um nome na terceira conjugação, um pronome pessoal, nós! Ora e quem somos nós? Nome na terceira pessoa? Gente deveria estar em primeiro lugar e o eu, o gen, deveria ser muito mais gentil, muito mais humano, muito mais ser.
Tem gente que vira agente, num clássico erro de ortografia e a gente fomos, no linguajar de muitos brasileiros, gente é desvio de formalidade, detestado na escrita formal e deselegante na linguagem coloquial.
Tem gente que não presta, mas também tem gente boa, só que quando o cara é bom, se diz: ele é um ser humano exemplar!
Gente é quantidade, ser humano é qualidade, gente somos nós, mas ser humano sou eu, e como dizia o poetinha Vinícius de Moraes:
"A gente não faz amigos, reconhece-os!" Porém só os reconhecemos porque antes de tudo somos humanos e a humanidade já tem gente a dar com o pau, carece de mais seres, pra que não aconteça de só nos encontrarmos na TV, afinal: A gente se vê na Globo!
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