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Renan e Henrique: Negociando o Inegociável.




Por Pedro Nascimento Araujo

O Brasil possui milhões de jovens em idade escolar. São milhões de jovens que estão aprendendo a ler, a escrever e a contar. Estão aprendendo sobre a história do Brasil e do mundo. Estão aprendendo sobre lugares, culturas, religiões. Estão aprendendo sobre os seres vivos e sobre o corpo humano. E, principalmente, estão aprendendo sobre valores e comportamentos que nossa sociedade preza: valores e atitudes louváveis, valores e atitudes reprováveis, valores e atitudes inaceitáveis – categoria na qual recaem coisas como roubar e matar. Desde esta semana, a tarefa da sociedade ficou mais difícil. Como cidadãos brasileiros, é nosso dever dizer: Parabéns, Presidência da República! Parabéns, Senado Federal! Parabéns, Câmara dos Deputados! Graças a vocês, um país inteiro ficou desmoralizado diante de seus jovens.

O processo político é difícil aqui e em qualquer lugar do mundo democrático. Há visões de mundo e interesses conflitantes. É necessário negociar. É necessário ceder para atingir um denominador comum. Até aí, nada de mais. O problema começa quando não se restringe o que é negociável e o que não é. Um partido conservador é geralmente reticente ao aumento de impostos e à interferência do governo na vida privada, ao passo que um partido liberal é geralmente condescendente com um aumento de impostos que seja revertido em benefícios sociais. No Parlamento, essas duas correntes debatem e cedem. O resultado é que uma visão prevalecerá em algumas situações, mas não será hegemônica. Isto é negociar propostas e visões. Isto é salutar.

O que não é salutar é negociar valores e princípios. Ao eleger notórios encrencados com a Justiça para comandar o Poder Legislativo, Senado Federal, Câmara dos Deputados e Presidência da República preferiram colocar seus próprios interesses acima dos valores e dos princípios do povo brasileiro. Abriu mão de valores e de princípios. Espera-se das lideranças eleitas pelo povo que sejam um exemplo para o povo. Quando isso não ocorre é porque as lideranças eleitas pelo povo escolheram deliberadamente não ser um exemplo para o povo.

Simplesmente não é possível não haver, dentre os 513 deputados federais e os 81 senadores, pessoas menos controversas que Renan Calheiros e Henrique Alves para liderar o Congresso Nacional. No mínimo, não pegaria tão mal. Se nem esse esforço Senado Federal, Câmara dos Deputados e Presidência da República se dispuseram a fazer, é porque o que nós, o povo, pensamos sobre eles não faz, para nenhum deles, a menor diferença em suas decisões. Para os brasileiros, será mais difícil explicar aos seus jovens que a coisa mais importante que uma pessoa tem é sua honra e que seus valores são sagrados. Ao menos no Senado Federal, na Câmara dos Deputados e na Presidência da República, honra e valores não apenas são negociáveis como não contam na hora de escolher seus vencedores.

Pedro Nascimento Araujo é economista.

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