Realidade Dura e Crua
Na minha modesta opinião só podemos
falar sobre algum fato quando convivemos, participamos ou pelo menos
investigamos o porque daquela situação. Fazer discursos teóricos e poéticos sob
uma realidade que não se vive ou que nunca viveu é muito bonito somente no
papel.
Quando estamos confortáveis dentro de uma realidade que não é a dos outros, parece fácil falar, criticar, julgar ou opinar sobre determinadas coisas que fogem totalmente a vida dura e crua de quem passa necessidades há anos, e não quer ouvir mais blá, blá, blás... de pseudos defensores de uma simples retórica poética.
Ver resultados objetivos que possam lhe tirar primeiro dos seus sofrimentos, pra depois, com alegria, participar e colher os frutos da sua própria conquista, isso sim, é lutar por um bem comum.
Existem muito sociólogos de cobertura e whisky na mão, que nunca pisaram em uma favela, mais apontam seus argumentos sobre o assunto do lado de fora, muitos dizem que não precisamos conhecer uma realidade para opinar sobre ela, mais quem vai garantir que a certeza do que se fala, está amparada apenas pelo julgo acadêmico? E o dia a dia, não conta?
Será que posso querer decidir o que é certo ou errado numa situação que nunca convivi? Tem gente que acha que sim!
Muito comodamente, atrás de um bom café da manhã é fácil escrever um livro inteiro que seja, sobre a importância de um determinado assunto para um tipo de segmento. Ora, e o que essa pessoa sabe da realidade dura e crua desses que vivem na pele as necessidades, os sofrimentos e as adversidades dos tempos de árdua labuta?
De certo que a luta por um ideal, não necessariamente precisa ser baseada em alguns fatores que estão bem longe da sua própria realidade, porém, a que tipo de pessoas queres agradar? Se trabalhares por uma linha que está mais próxima da sua condição, então não trabalhas por um bem coletivo, o que queres é focar uma parcela dentro de um segmento muito maior.
E aí sinto muito! Pois toda a bela causa, como sempre se perde no interesse pessoal.
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