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Uma resposta assustadora para duas perguntas incômodas




Por Pedro Nascimento Araújo

Boston, a bela cidade americana que comanda uma região metropolitana de quase 5 milhões de pessoas, era, até semana passada, conhecida por sua beleza e por sua importância histórica – foi o local onde aconteceram eventos cruciais da história ocorreu, como a famosa Festa do Chá de 1773 – acrescentou uma nota muito, muito triste em sua jornada: terrorismo. É verdade que as causas do atentado durante a Maratona de Boston 2013, evento anual que ocorre desde 1897, ainda são desconhecidas. Talvez nunca o sejam, o que só faz aumentar a angústia de não ter uma resposta à mais elementar das perguntas: por que? Evidentemente, saber o porquê de uma pessoa se dispor a sair matando aleatoriamente não trará de volta a vida dos que padeceram diante da insanidade, mas ajuda-nos a perscrutar a mente dos terroristas e, com isso, tentar evitar novos ataques. Porém, há uma pergunta mais premente, ao menos para nós, brasileiros. E essa pergunta é: há risco de um atentado terrorista acontecer aqui? Há risco de um lunático islamista decidir ganhar suas 72 virgens eternas no paraíso doentio que algum líder canalha, covarde o suficiente para explorar a miséria e a ignorância de seu rebanho, lhe garantiu que ele alcançaria se morresse ao matar aqueles que seu mentor chama infiéis – ou seja, quem não professa sua fé – aqui no Brasil? Infelizmente para nós, não há resposta senão sim.

Não é necessário retomar a mais que sabida responsabilidade omissiva dos líderes religiosos islâmicos nos ataques terroristas ao redor do mundo (o fato de, até hoje, nenhum – repito: nenhum! – dos maiores líderes islâmicos do mundo jamais ter dado uma declaração ou publicado um decreto religioso no qual condenasse, de forma inequívoca, direta, sem relativizações, vitimizações ou condescendências, os atentados praticados em nome do Islã contra os inocentes de outras religiões, nem nas línguas internacionais (inglês ou francês), que a maioria de seus seguidores não fala, muito menos no árabe, que a maioria de seus seguidores fala, já constitui motivo mais que suficiente para corroborar a tese de conivência e de assentimento tácito das lideranças islâmicas para com o terrorismo islâmico), mas é necessário destacar que, para os olhos doentes dos terroristas, o Brasil é um alvo legítimo. Muitos brasileiros estão erroneamente convencidos de que americanos e europeus são os alvos por causa das relevâncias políticas, econômicas e militares de seus países. Ledo, ledíssimo engano. Senão, vejamos.

Primeiro, é preciso entender que o ódio não é voltado aos países, mas sim ao estilo de vida dos países – em outras palavras, às liberdades que o Ocidente, a muito custo, consegue garantir para seus habitantes. Líderes religiosos islâmicos, corresponsáveis pela miséria e pelo atraso nos quais vivem seus povos por combaterem a ciência e a educação (sem contar a proibição de trabalho para as mulheres, metade da população), exploram esses ambientes eivados de ressentimentos apregoando que o atraso dos islâmicos é um efeito intencional dos cristãos e dos judeus. O Brasil, país no qual as pessoas têm liberdade religiosa garantida em lei (Artigo 5º VI da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988), na prática é igual a europeus e a americanos. A liberdade religiosa é abominada pelos radicais mulçumanos (na verdade, isso vale para qualquer radical: tudo que não é adorado é odiado), que, quando ascendem ao poder, a proíbem e ainda perseguem quem não segue sua fé, matando e destruindo templos e objetos religiosos, muitos de valor histórico, como vimos há pouco no Máli e antes em lugares como o Afeganistão. Decididamente, o estranho é supor que não é alvo de radicais islâmicos o Brasil, um país de maioria cristã, cujo maior símbolo é uma estátua de Jesus Cristo de 100 pés de altura, onde há liberdade religiosa, onde as mulheres trabalham e são independentes (a ponto uma ter sido eleita Presidente da República) e no qual todas as pessoas podem consumir bebidas alcoólicas e comer carne de porco livremente.

Segundo, o Brasil sempre esteve fora do alcance do radar dos radicais islâmicos que priorizam ações nas quais a visibilidade seja maximizada – assim, uma ação nos Estados Unidos ou na Europa sempre foi garantia de audiência mundial; todavia, esse não é mais o nosso caso. Em pouco mais de um mês, o Papa Francisco estará no Rio de Janeiro, a cidade na qual as mulheres tomam banho de mar sem usar burca olhando para a belíssima imagem do Cristo Redentor – difícil pensar em imagem que cause mais ódio num radical islâmico. Depois, Copa do Mundo FIFA e Jogos Olímpicos, ocasiões nas quais os olhos do mundo inteiro estarão voltados para o Brasil. Se, até agora, nossa posição periférica nos garantiu tranquilidade, é necessário saber que não podemos mais contar com ela. Eis a primeira pergunta incômoda: estamos preparados para coibir tentativas de ataques terroristas? A julgar pela natural dificuldade titânica da tarefa e pela nossa atávica incapacidade de evitar os efeitos nefastos de desastres naturais previsíveis e recorrentes, a primeira resposta assustadora é um rotundo “não”. E, então, surge a segunda e mais incômoda das perguntas suscitadas pelos ataques durante a Maratona de Boston 2013: se um atentado terrorista ocorrer no Brasil, nós conseguiremos identificar e prender ou autores, como fez a Polícia de Boston com os irmãos chechenos de forma brilhante em pouco tempo? A julgar pelo nosso patético índice de resolução de homicídios – 5%, insisto, não é taxa de sucesso; no máximo, é margem de erro em uma distribuição normal – não temos motivos para pensar que a resposta à segunda pergunta incômoda seja algo além do mesmo assustador e redondo “não”. Os inequívocos “nãos” deveriam ter acendido luzes vermelhas em Brasília há muito mais tempo. Ainda temos espaço para resolver isso – é pouco, de fato, mas ainda existe. Que ao ter testemunhado o sangue dos inocentes ser derramado pela insanidade dos terroristas na Maratona de Boston 2013, Brasília acorde e tome todas as atitudes necessárias para evitar que mais sangue de inocentes seja derramado aqui.

Pedro Nascimento Araujo é economista.

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