A passos largos para o inferno
O Inferno chegou em Cabo Frio, e tem
endereço: periferia.
A mesma periferia que o antigo prefeito dizia cuidar tanto, cobri-la de mimos e que beija no coração de maneira quase obsessiva em cada aparição sua nas rádios e TV’s locais.
Nem quando o oportunismo o conduziu ao degrau mais alto do município, o amoroso senhor serviu-se de sua decantada amizade com nosso mussoliniano governador para reivindicar mais efetivos para o batalhão PM local. E nem mesmo seu Quasímodo das tribunas, ainda que na qualidade de parlamentar e igualmente amigo do gestor estadual, justificou suas obrigações: emudeceu-se, omitiu-se e, tal como o ex prefeito, tornaram-se cúmplices do crime que se instalou na cidade.
Alair não é amigo de Sérgio Cabral, ao que me conste. Terá, por isso, a perversa mudez e reiterada omissão de nosso governador – certamente imaginando-se um gênio político, pois ao entregar Cabo Frio nas mãos dos traficantes que "expulsou" do Morro do Alemão, deixa a capital limpinha para a Copa de Eike Batista.
Uma banana nas mãos de Alair e uma vitória para ele, que baniu o crime! Que homem corajoso!
Uma farsa chamada "Sérgio Cabral e o Morro do Alemão" se repetirá como tragédia com um homem chamado Alair Corrêa e o Morro do Limão, pois um prefeito não manda na PM e nela sequer pode dar pitaco.
Estamos, pois, jogados ás feras – enquanto um carreirista e um anão de jardim riem às gargalhadas, crendo-se verdadeiros estadistas.
Mais do que um artigo levado á público graças á paciência de meu amigo Álex Garcia, estas mal tecladas linhas são um apelo para que nosso prefeito tome uma atitude que – bem o sei – seria extremamente impopular: vagabundo não gosta de amplos espaços, pois vira alvo fácil. Vagabundo é como barata, gosta de escuridão, becos, vielas, imundície e tocas onde possa se esconder. Pois o meu apelo é que Alair não deixe pedra em cima de pedra em toda a periferia. Reurbanize, crie ruas largas, quarteirões pequenos, faça uma revolução!
Que doa agora, para nunca mais doer!
Ao menos teríamos a certeza de termos feito o que podíamos. Daí o Governo do Estado e nossos nobres deputados igualmente fazerem, vão outros quinhentos – quinhentos corpos em adiantado estado de decomposição e encontrados com marcas de perfuração por balas de fuzis, expostos em sua crueza nas páginas de um jornal mundo cão qualquer.
Viví quase quarenta anos de minha vida na zona sul do Rio de Janeiro e testemunhei sua decadência, de paraíso á barbárie graças á loucura de um Brizola, que proibiu a polícia de subir morros. Isso os fortificou e transformou a pitoresca e sambante favela em um feudo de crimes, morte, tirania e horror. Espalhar a lei do cão para o asfalto foi só uma consequência natural de uma escola política que tem pena de bandidos e finge não saber da existência do cidadão.
Então, já que os esquerdopatas,
sociólogos de botequim e riquinhos com "consciência social" gostam de
teorizar sobre bandidos, vamos falar algumas verdades: um sujeito que decide
cometer um crime abre mão, voluntariamente, de todos os seus direitos como
cidadão - já que "cidadão" é aquele que se ajusta aos parâmetros da
sociedade - que só existe para proteger o cidadão, deu pra entender?
Os que não adotam estes
parâmetros estão fora e, portanto, sem seus ônus e sem seus benefícios. Uma vez
preso, reclamar direitos é cinismo e atendê-los é hipocrisia eleitoreira. A
legislação brasileira, com a progressão de regime, bolsa-preso, direito de
visita intima e outros, é cúmplice e associada ao crime - não há outra
interpretação. E uma vez que um governo se torna criminoso, devemos expurgá-lo
do poder.
Igualmente, pretender uma polícia
gentil com bandidos é pretender uma polícia sócia do crime. Não há direitos
para bandidos, exceto - e apenas por humanidade - mantê-los pastando nas
jaulas. A ação do helicóptero da PM recentemente divulgada e criticada pela TV
Globo e seus especialistas, deveria ser revisada pelos mesmos após perderem os
benefícios que desfrutam como associados ao tráfico, assaltos e crime
organizado - porque associados ao povo pagador de impostos é que não são.
Enfim, cá estamos: inertes e entregues ao governo paralelo do crime que, em breve, irá mostrar mais ainda sua cara em nossa cidade.
Eu já vi esse filme, e confesso não saber se tenho paciência para vê-lo novamente.
Comentários
Postar um comentário