Um garoto de 13 anos abriu mão do
direito de ser espectador e decidiu ser protagonista, em uma situação absurda,
abusiva e prejudicial não apenas a ele, mas também a muitos outros garotos e
garotas perdidos, sem saber dos seus rumos – confiscados por um sindicato sem
nenhum escrúpulo em tomar os destinos de jovens como reféns de suas pretensões
políticas.
Errou, querendo combater fogo com
fogo, protesto com protesto, multidão com multidão – que não apareceu, em parte
farta de tantos transtornos nas ruas e em parte temerosa com a possível
violência dos integrantes do tal sindicato que – coincidentemente – marcou mais
uma manifestação, e para o mesmo dia.
Errou sim, mas enquanto muitos
apenas sofriam passivamente uma decisão arbitrária e ilegal de um sindicato,
ele tirou a bunda da poltrona e apresentou-se para a briga. Desigual? Sim, um
jovem e inexperiente rapazola de pouco mais de uma década de vida não é páreo
para baderneiros profissionais.
Mas sua coragem juvenil deixa
evidências que podem ser plenamente observadas na reação do, digamos,
“vitorioso” SEPE: professores, mestres educadores, responsáveis pela formação
de toda uma juventude, agora zombam de um jovem e pretendem não apenas
emprestar o ridículo ao que deveria ser cultivado e incentivado, mas também
querem roubar-lhe até mesmo a iniciativa corajosa, atribuindo a terceiros sua
tentativa.
Nem ao menos lembraram-se da
dignidade do silêncio; a cegueira, barbárie e insensibilidade apodreceram o
sindicato em seu cerne. Assim, colhem agora sua vitória de Pirro,
desmoralizados em sua crueldade justamente contra aqueles que são a razão de
seus ofícios.
Cabo Frio está de luto: morreram
os mestres, nasceram os monstros.
Mas o futuro nos reserva um Davi.
Comentários
Postar um comentário