Médico - Adenaíra
contraiu uma gravíssima infecção hospitalar, filho...
Narrador - Bruno ficou chocado com a notícia. O Adenair que conhecera era tão alegre, tão saltitante... "Assim, adormecido e com esta touca, é incrível a semelhança com Jeitosinha", pensou. Adenaíra abriu os olhos e viu Bruno, ao seu lado, com as bandagens envolvendo a cabeça.
Adenaíra - O que houve, meu amor? - balbuciou.
Bruno - Nada, não se preocupe. Caí da escada - mentiu o rapaz, numa tentativa de minimizar o sofrimento daquela recém mulher.
Adenaíra - E-eu... f-fiz isso por você, Bruno. Fiz por amor...
Narrador - Os olhos de Adenaíra voltaram a se fechar.
Bruno - Doutor... Quais as chances? - perguntou angustiado
Médico - Depende muito. Ela pode simplesmente se entregar à doença, e as chances serão mínimas. Mas se ela se apegar a algo que a faça querer viver, e se o antibiótico em estoque não for de Maizena, talvez ela tenha alguma chance.
Bruno - É uma pena... Gostaria de poder ajudar.
Médico - Você pode! - Ela o ama! Dê-lhe esperanças!
Narrador - Bruno continuava perdidamente apaixonado por Jeitosinha. E o que é pior: por Jeitosinha completa, versão de fábrica. "Se Adenair soubesse que seu sacrifício ao realizar a cirurgia apenas aumentou o abismo entre nós...", refletiu. Mas por outro lado, tentar salvar uma vida era motivação suficiente para fazê-lo recuperar o amor pela sua própria existência, depois da grande desilusão de encontrar a amada trabalhando num bordel. Via como algo mais que uma simples coincidência o fato de que estavam juntos num mesmo ambulatório.
Bruno - Tudo bem, doutor. Eu vou ajudar! - concluiu, conformado com aquele jogo do destino.
Narrador - Em sua casa, sozinho no quarto, Ambrósio tentava reorganizar suas idéias. Será que foi mesmo vítima de Jeitosinha? E os homens verdes? Novas imagens se formaram em sua mente depois do choque diante da detetive Vanessa. Lembrava-se, remotamente, de uma linda menina loira, que ele amava muito. Sim, talvez fosse Jeitosinha. Ele começava a se lembrar dela. Para preservar sua sanidade, Ambrósio estava disposto a não associar a filha àquela cena dantesca, e simplesmente esquecer o ocorrido.
Mas Jeitosinha não.
"Aproveitando-se do fato de que estavam a sós na casa, a moça entrou no quarto dos pais para conversar com o seu deformado genitor...
Jeitosinha - Papai...
Ambrosio - J-jeitosinha? –
Narrador - Ambrósio
ainda tinha uma ponta de medo na voz
Ambrosio -
D-desculpe-me pelas acusações na sala. Minha cabeça não anda boa.
Jeitosinha - Engana-se,
velho sórdido. Sua cabeça anda melhor do que você pensa.
Narrador - Ambrósio foi tomado pelo pânico! Aquele sorriso sarcástico e cruel! Sim, não fora uma fantasia! Jeitosinha o havia mutilado com a moto-serra!
Ambrosio - Não! - Me deixe em paz! Socorro!
Jeitosinha - Grite... Ninguém lhe ouvirá.
Ambrosio - Não me mate!
Narrador – Ambrosio
implorou, de joelhos, abraçando os pés da loira.
Jeitosinha - Eu não seria tão imbecíl. Não agora, com aquela detetive intrometida por perto. Mas eu lhe aviso: se repetir aquelas acusações para quem quer que seja, não pensarei duas vezes antes de consumar o serviço que pensei ter finalizado...
Ambrosio - entre lágrimas - Sim, sim... - Serei um túmulo! Mas... Por favor, me ajude... Ainda não sei se estou bem... Me lembro de algumas imagens completamente surreais... Homens verdes e... e...
Narrador - Jeitosinha sorriu maliciosamente, abriu o zíper expôs seu enorme mistério.
Jeitosinha - Sim, Ambrósio. Pelo menos isto é real. Mas que história é essa de homens verdes? Que idiota colocaria estúpidos homens verdes em nossas vidas, tão cotidianas?
Narrador - O homem sacudiu a cabeça, confuso. Jeitosinha acariciou sua cabeça, fazendo homem se encolher ainda mais.
Jeitosinha - Vou deixar-lhe em paz por enquanto. Mas tenho um pedido, papai: você me ajudará no meu próximo plano de vingança... .
Lágrimas no hospital! Sexo e violência! Não perca, amanhã, capítulos inédito!"
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