Em 2009 eu comecei a expor meus
pensamentos e minha opinião em relação o que acontecia em nossa cidade num blog
que eu havia criado, nos no final de 2010 comecei a fazer parte deste universo
político em nossa cidade, fui conhecendo as pessoas que trabalhavam nos
bastidores, nas mídias e os políticos que estavam fora e dentro do governo da
época.
No meu coração pulsava a vontade
de ver essa cidade melhor, eu era um ideologista e acreditava em todos os
políticos, com o tempo percebi que a grande maioria dizia sim só para se livrar
de meus questionamentos em relação a alguns pontos. Mesmo sabendo disto eu
teimava em continuar acreditando, e sinceramente eu não me arrependo, pois
foi isto que me fez enxergar o que de fato acontecia, ou melhor, como tudo
acontecia.
Certa vez ouvindo um programa de
rádio de nossa cidade, o locutor esculhambou um certo vereador e eu achei
aquilo muito lindo, pois o cara naquele momento foi a "voz do povo",
era o que eu achava, só que quis o destino que eu fosse ao centro da cidade
naquele dia e encontrasse com o radialista, o vereador excomungado, mais 2
vereadores e 4 pessoas que eu não conhecia.
Quando vi aquela cena eu
tratei de me aproximar e tentar ouvir o que rolava, pensava eu, o pau vai
cantar! Me enganei, todos riam e o vereador excomungado falava em tom de
riso: " Pega mais leve da próxima..." e sorriam. Pensei, como pode
ser, não, eu não estava acreditando naquilo.
Esse pequeno resumo é só para que
vocês entendam como começou minha vida no meio político de nossa cidade, foi
por ideologia e não por grana.
O COMEÇO:
Vim para Cabo Frio em 1996 e
acompanhei de perto as "transformações" que a cidade sofreu naquela
época, morava em São Cristóvão e a Tina morava no bairro das Palmeiras, o
trajeto mais curto para que eu pudesse ir namorar com ela era a Av. Victor
Rocha (Rua da UPA) que na época não era calçada e o valão cortava de ponta
a ponta.
Para ir para as Palmeira era
maravilhoso, pois às 18h ainda estava tudo claro e as pessoas transitavam por
ali, só que para voltar era sempre um sufoco, aquele lugar feio e sem luz me
causava um certo medo, ou melhor, muito medo e várias vezes eu caí de
bicicleta por conta dos buracos e da alta velocidade. Enfim, eu acompanhei a
transição de Alair para Marquinho e depois a reeleição de Marquinho, onde
criei meu blog para mostrar minha indignação com as coisas que aconteciam e sem
dó eu escrevia o que devia escrever, não poupava absolutamente nada que eu via
ou entendia como errado.
DE 2012 ATÉ HOJE:
No início de 2012 uma amiga me
apresentou ao Alair e depois de uma conversar com ele, onde não envolveu
dinheiro ou promessas futuras, eu resolvi ajudá-lo na campanha, eu sonhava
com aquela Cabo Frio que eu conheci, obras para todos os lados, shows na praia,
sonhava em ver a cidade pulsando aquela alegria.
Alair ganhou a eleição e eu
comemorei e muito, após as eleições foi cada um para o seu lado, eu continuei
trabalhando no supermercados Extra e ele ficou para lá, para mim a satisfação
de ter contribuído com a sua vitória já bastava. Certo dia eu recebo um recado
que Alair queria falar comigo, fiquei surpreso, já que não havia um porquê dele
me procurar. Fui a seu encontro e ele falou que queria que eu trabalhasse em
seu governo e como não havia compatibilidade de horários entre o trabalho
na prefeitura e no Extra eu pedi que me mandassem embora e assim foi feito, 17
anos numa mesma empresa virava lembranças, boas lembranças.
Começa o ano de 2013 e tudo era
novo para mim, eu não sabia direito quem era quem e o que de fato eu deveria
fazer, foi um sonho ver tanta gente "legal" trabalhando comigo, era
gostoso chegar na prefeitura as 8h da manhã e sair as 17h. Só que muitas coisas
começaram a desandar quando minha nomeação saiu, lá estava escrito:
superintendente e particularmente eu não sabia o que aquele cargo significava,
só que algo estranho começou a acontecer, de repente algumas pessoas não
me olhavam mais como um "companheiro" de trabalho, virei inimigo de
muitas pessoas, fui humilhado por muita gente e ouvi de muita gente que não era
correto a minha nomeação, "afinal quem era eu para receber tal
função?" Como eu ainda era cru e um babaca neste meio, eu achava que as
humilhações e ofensas eram por conta da função que me fora dada, estava
enganado, o papo ali era outro e a razão era o salário, bastante significativo para
quem acabara de chegar no "grupo", ou melhor, "não era do
grupo!"
Particularmente eu acredito que a
vontade de Alair era de fato transformar a cidade, fazer com que Cabo Frio
tomasse um rumo melhor, infelizmente eu sei e todos sabem, inclusive o próprio
Alair que a vaidade de muitas pessoas do governo fizeram com que seu sonho e
desejo naufragasse, picuinhas, fofoquinhas, apadrinhamentos, acordos
políticos, preguiça e principalmente incompetência de muitos foram o iceberg
que afundou com esse sonho.
Quem viveu aquele governo sabe
muito bem do que estou falando e que não estou mentindo, a falsidade comia
solta, era jogo baixo mesmo e essa briga de foices acontecia até mesmo no
auge da crise e enquanto muito poucos lutavam para achar uma solução, outros
muitos faziam piadas com a situação.
MEU PEDIDO DE DESCULPAS PARA A POPULAÇÃO DE CABO FRIO:
Nos 2 últimos anos do governo
2015/2016 eu brigava feio nas redes sociais em defesa muitas vezes do que já não
era possível defender. E é aí que entra o meu pedido de desculpas, hoje eu
vejo que fazia parte de uma engrenagem que paralisa a cidade, e essa peça são
aqueles que defendem o indefensável ou atacam para ser a próxima
engrenagem, pouco tem importância a população ou as consequências que isto
trará. Se sou situação eu me calo, se sou oposição eu me torno aliado até do
meu inimigo que queira o mesmo ideal. Já me perguntaram por que não ataco o
atual governo e simplesmente digo que não, pois eu sei que a contribuição
maior para a nossa cidade é ser justo, independente de quem esteja no poder,
quero contribuir para acabar com isto e talvez eu consiga sendo um exemplo
e escolhendo ser a favor de nossa cidade.
Desculpe-me Cabo Frio.
Manoel Atanasio da Silva Filho
Seu posicionamento é digno e bem acertado.
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