TOMA, A
CANETA É SUA! - Como governar uma cidade que precisa começar do zero?
Todos os recursos adquiridos em
nossa cidade hoje, vão para folha de pessoal e pagamentos de serviços essenciais
como saúde, educação e coleta de lixo. Segundo o antigo e agora o atual
prefeito!
Durante décadas a riqueza
recebida por cabo frio se esmiuçou em promessas vazias e sonhos que nunca saíram
do papel. Hoje ao olhar para trás é muito fácil falar do que éramos e do que
hoje somos, todavia é necessário dizer que se algum "profeta" se
atrevesse a falar sobre o que hoje atravessamos, certamente seria apedrejado
pela grande maioria da população, a mesma população que não pensava em outra
coisa a não ser em ganhar dinheiro nas altas-temporadas e shows de renomados
artistas e "turistada" gastando.
Claro que isto era bom, muitas
famílias conseguiram suas casas próprias e a sua independência através da
efervescência daqueles dias. Se por um lado os governantes tinham
conseguido segurar os ânimos da população com esse efeito "pão e
circo", por outro, não era possível administrar a chegada cada vez mais
frequente de quem queria um lugar ao sol nesta cidade dos
"sonhos". Em 20 anos saltamos para mais 100 mil habitantes em busca
de sossego, sombra, praia e água fresca, entre estes, EU!
Com esse fenômeno dos cofres
abarrotados pelos royalties, muitos saíram de cena da corrida pela
independência trabalhando nas altas-temporadas e uma nova modalidade era
criada, algo bem mais rentável e sem o sol do dia a dia nas costas, me refiro
aos grupos políticos que viram alí uma oportunidade de se ganhar bem sem muito
esforço, ou melhor, esforço de 4 em 4 anos. Nessa divisão de quem era melhor do
que quem, a cidade foi atravessando o "Mar Vermelho" sem esperar pelo
"Moisés" (prefeito) que pudesse levá-la ao outro lado (progresso) e
foi se afundando em dívidas, obras inacabadas, saúde e educação precárias e
falta de estrutura mínima para dar aos seus cidadãos. O tempo foi passando e
para manter essa nova modalidade (grupo político) muito dinheiro era gasto,
jornais, rádios e cabos eleitorais se deleitavam com quem estivesse no poder.
A bandeira a favor da população era
somente um detalhe, algo que poucos queriam levantar e que quando levantavam e
mostravam resultados, logo eram chamados para fazer parte do grupo A ou B
e muitos sem nenhuma cerimônia aceitavam na hora. Logicamente que essa síntese
não será capaz de mostrar um terço do que de fato ocorreu. Hoje não adianta
discutir de quem foi a culpa de termos chegado onde estamos, muito menos se
enganar que tudo vai melhorar de uma hora para outra, não há
"messias" que dê jeito num estalar de dedos. A realidade é
exatamente esta que se apresenta, velhos chacais no comando da cidade, velhas
práticas se repetindo, povo dividido, mídias que manipulam e ausência do poder
público no nosso dia-a-dia.
De que adiantou as faculdades e
universidades que chegaram por aqui, se nossos formados ou estão desempregados,
ou empregados em funções inferiores a sua formação ou então foram para capital
atrás de sobrevivência?
De que adiantou atrair várias
empresas grandes (algumas se retiraram daqui) se nosso povo não teve
qualificação?
Não devemos e não podemos chorar
o leite derramado, a primeira saída para nos erguemos como uma cidade forte é
encarando a verdade, verdade que bate em nossas portas e nos diz que
precisamos entender que o progresso chegou e se as práticas ainda forem as antigas, o máximo que
acontecerá é uma aparente melhora aqui ou acolá, sem nada que nos traga
esperanças de dias melhores. Na minha opinião, devemos acreditar nas novas
lideranças que tem aparecido em nossa cidade, devemos nos empenhar e sabatiná-los
à respeito de como ajudar a cidade a sair desta. Buscar o diálogo franco e
aberto, sem bandeiras políticas e observá-los. Agora para os muitos que vivem a
jogar a culpa em A ou B, eu digo: TOMA, A CANETA É SUA! Como governar uma
cidade que precisa começar do zero?
Manoel Atanasio da Silva Filho
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