Bolsonaro é um personagem. Mas
qual candidato, não é?
O problema é a realidade Bolsonariana. Bolsonaro pode ser o personagem que a construção política permitir com as experiências acumuladas do marketing político e eleitoral no mundo.
Só que também é percebido como as panelas que cessaram de bater. Ele é “as panelas batendo”, por isso cresce nas pesquisas.
Cansamos das ruas e descontamos nas urnas. Abstenção recorde nas últimas eleições municipais. As três maiores foram nas capitais do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Não é coincidência serem estes os três estados que primeiro anunciaram falência.
E agora que todos podem anunciar o mesmo a qualquer hora?
Para piorar, pensar mais profundamente sobre a realidade não é bem uma característica dos paneleiros. E mesmo subindo para segmentos mais sofisticados culturalmente que anunciam o voto em Bolsonaro, o fazem de forma preguiçosa ou raivosa, isso para ficar nas tendências mais facilmente verificáveis nas mídias sociais.
Enquanto isso o Temer fica. E cada dia que fica diminui a rejeição ao PT. Hoje já perto da histórica. E os caras ganharam eleições seguidas nessas condições. Que não são mais as de hoje. Não é errado afirmar que se o próximo presidente for do campo popular progressista será eleito pelo Lula e PT. Admitindo-se a hipótese de ele não conseguir concorrer.
Nesse caso a esquerda concorre com ela mesmo. Sem Lula a abstenção para votos presidenciais tende a ser recorde. Se ele conseguir transferir para as urnas o suficiente para ganhar a eleição com composições atualmente possíveis, chamem o Guiness.
Bolsonaro hoje também concorre com ele mesmo. E na minha opinião fizeram disso uma boa estratégia. Se tudo der errado ele é presidente da república. Se tudo der certo ele é governador do Rio com tudo dentro e carta branca para tirar o peso penal dos policiais por pessoas mortas em confronto no exercício da repressão autorizada. Só que é política e muita coisa pode ser construída em direção ao planalto. Por mais que ele diga que se chegar lá, quer que seja de forma independente só os tolos acreditam. Mas tolos votam. Acreditem. Fora a pouca preocupação com a realidade histórica dos movimentos ideológicos no Brasil e América Latina e a contrariedade com a agenda social brasileira, ou seja, um eleitorado que já se manifestou e foi dimensionado.
Não acredito que chegue lá. Mas a realidade Bolsonariana taí. E não é boa. Nós sabemos que o que muda é o governo, o sistema se mantém ou avança.
A última opção deles seria Bolsonaro, se for, estou avisando antes: - Deu tudo errado.
Luiz Barbosa Neves.
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