Família descobre que jovem morta no carnaval foi atropelada no RJ; marido suspeito de forjar acidente
Um caso de feminicídio que poderia acabar impune no Rio de Janeiro sofreu uma reviravolta após a própria família da vítima investigar o caso por conta própria. Imagens de câmeras de vigilância revelaram que Priscila de Souza Valverde, de 30 anos, foi assassinada pelo marido, Vinícius Araújo de Oliveira, que havia forjado um acidente.
O caso ocorreu em março, durante o carnaval, e
somente em abril o marido da jovem passou a ser investigado pela polícia. A
partir das provas colhidas pela família de Priscila, Vinícius foi indiciado por
feminicídio com dolo eventual. Ele segue em liberdade enquanto o crime é
analisado pelo Ministério Público.
Em pleno carnaval, Hilda foi surpreendida com a
notícia de que a filha havia sido atropelada e morreu em Maricá, Região
Metropolitana do Rio. A jovem havia viajado com o marido para aproveitar a
folia e a mãe dela suspeitou da versão dada por Vinícius sobre o acidente que
matou Tatiane.
“Ele disse para mim que ela tinha
subido no capô do carro, caiu e bateu com a cabeça. Mas para outra pessoa,
inclusive no Facebook, ele falou que ela ia atravessar a rua quando veio um
carro, deu uma pancada nela e ela bateu com a cabeça no chão”, contou Hilda.
Intrigada pela diferença nas duas versões, a
família decidiu apurar o caso. O irmão de Hilda percorreu a rua onde o
atropelamento aconteceu, identificou uma casa que possuía câmeras de vigilância
e apelou ao proprietário do imóvel para ter acesso às gravações.
“Depois de horas de negociação nós
conseguimos as imagens e descobrimos a verdade”, contou Hilda.
De posse das imagens, que revelaram ser Vinícius o
condutor do carro que atropelou Priscila, a família procurou a polícia. Os
investigadores concluíram que, de fato, foi o marido quem matou a jovem e
decidiram indiciá-lo pelo crime de feminicídio.
O inquérito policial já foi remetido ao Ministério
Público, que irá avaliar o caso e poderá arquivá-lo ou apresentar à Justiça
denúncia e pedido de prisão contra Vinícius.
Serviço
O feminicídio passou a ser uma qualificadora do
crime de homicídio em 2015, com a lei federal 13104/2015, que tipifica os casos
em que mulheres são mortas pelo simples fato de serem mulheres.
Para denunciar abusos e agressões contra mulheres,
qualquer cidadão pode entrar em contato com a Central de Atendimento ao Cidadão
pelos telefones 2334-8823/ 2234-8835, ou pelo Disque Denúncia pelo telefone
2253-1177.
A pessoa também pode procurar a Delegacia de
Atendimento à Mulher mais próxima e também pode pedir ajuda na Defensoria
Pública ou pelo site do Ministério Público do Rio de Janeiro
Fonte: g1.globo.com
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