O turismo sempre foi uma das principais engrenagens da economia de
Cabo Frio. Porém, com o passar dos anos, há a necessidade de ampliar os horizontes
e alcançar outros segmentos para descentralizar os postos de trabalho e
fomentar a cadeia produtiva. E esse estímulo ao progresso chegou ao município
com o anúncio da fazenda de maricultura no Peró, com cultivo de mexilhões e
vieiras.
O local selecionado pela Mexilhões Sudeste do Brasil (MSB),
proprietária do empreendimento, é o canto esquerdo da Praia do Peró, por
sugestão dos pescadores locais, e vai concentrar toda a atividade. A previsão é
que sejam gerados cerca de 500 empregos diretos e aproximadamente 1.500
indiretos.
“ Apesar de ser um empreendimento privado, sem investimento do
município, junto com a fazenda vem a formação de recursos humanos necessários
para a implementação do plano tanto a nível técnico/universitário como em nível
de operacional e, para isso, haverá com convênios entre a empresa,
universidades e escolas”, destacou o prefeito, Dr. Adriano Moreno.
A fazenda também vai incrementar a culinária caiçara (frutos do
mar), com a criação de um polo gastronômico baseado na produção da fazenda de
maricultura, que já foi suscitado por alguns empresários do ramo. Além disso,
irá aquecer os passeios turísticos náuticos, com possibilidade de visitas à
fazenda, e valorizar a pesca artesanal.
“O empreendimento vai resgatar, indiretamente, a atividade
pesqueira artesanal, pois nós iremos viabilizar aos pescadores acesso aos
nossos canais de cultivo que, por si só, irão atrair de volta para a região,
espécies de peixes que estavam migrando por falta de alimento, o que passarão a
ter em abundância na área da fazenda. As famílias dos pescadores serão
priorizadas nas contratações para o beneficiamento dos mariscos, fixando-os no
seu local de origem e aumentando a renda”, explicou José Manuel Perez Diaz,
diretor administrativo da MSB.
Para o presidente da Colônia de Pesca Z4, Alexandre Marques, os
pescadores ficaram satisfeitos com o que ouviram. “Eu mesmo apresentei um
primeiro grupo de pescadoras aos representantes da empresa e eles ficaram
animados com as possibilidades que vão se abrir. No dia 27 haverá uma
reunião entre a empresa e os pescadores para serem apresentados novos detalhes
de como funcionará essa parceria”, afirmou.
A previsão da MSB é começar as atividades no mês de julho, assim
que conseguir a Licença da Concessão de Águas, junto à Marinha, que envolve um
trâmite burocrático diferente das licenças do Inea. A empresa informou que já
conseguiu o primeiro “nada opor” da Marinha e acredita que tudo esteja pronto
no prazo esperado.
“Ninguém investe mais de R$400 milhões em um empreendimento que
apresente algum risco de ser paralisado por questões ambientais. A
população do Peró pode ficar tranquila, pois nos cercamos de todos os cuidados
antes de concordar com a vinda da empresa. E os reflexos não ficarão apenas no
Peró, se espalhando por toda a cidade e aquecendo a nossa economia como um
todo. Conseguimos atrair para Cabo Frio uma empresa que têm na responsabilidade
social e ambiental um de seus pilares. Toda a cidade vai sair ganhando”,
ressaltou o prefeito.
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