Considerando os factóides levantados pelo senhor
Jhonatan de Oliveira, que será processado por calúnia e difamação, e a
distribuição dos mesmos a diversos veículos de imprensa (mesmo que muitos não
tenham noticiado tais fatos criados).
Considerando que eu, Matheus da Silva Cardoso,
também sou homossexual, maior de idade, detentor dos meus direitos individuais,
civis e constitucionais, e como qualquer pessoa física e ser humano, tenho
minhas reações, atitudes e fragilidades.
Venho através desta postagem, elucidar os fatos
ocorridos na madrugada do dia 25 de maio do corrente ano, no Boulevard Canal,
em Cabo Frio.
Na presente data, estávamos eu e meus amigos em um
momento de descontração e lazer curtindo uma balada, numa casa noturna, onde
fomos por diversas vezes empurrados e ofendidos, pelo cidadão Filipe Rodrigues,
até mesmo após tentarmos um diálogo amistoso com ele e seus amigos, que
prontamente o repreenderam pela atitude.
Quando saímos da casa noturna o individuo
supracitado estava aparentemente nos aguardando, gerando um princípio de
confusão. Eu, em minha legítima defesa, respondi as agressões físicas do
Filipe, e consegui imobilizá-lo no chão com o intuito de acabar com a briga,
inclusive propondo uma “trégua” (mesmo muito machucado e com uma mordida no
rosto, deixei claro que a briga findava-se ali e cada um seguiria para seu
destino) o que foi descumprido covardemente pelo mesmo, assim que o soltei. Ato
contínuo, o Filipe me derrubou novamente no chão, socando meu rosto e enquanto
eu tentava me defender de seus socos, fui mordido e tive um pedaço de meu dedo
arrancado (a primeira falange do indicador esquerdo). Após esta fatalidade, e
meus pedidos de ajuda pela perda do meu dedo, meus amigos interferiram na
briga, separando, e me levando imediatamente para a Unidade de Pronto
Atendimento do Município.
Enquanto recebia os devidos cuidados médicos, tomei
conhecimento que infelizmente, por eu ser muito conhecido, algumas pessoas que
presenciarem o ocorrido se revoltaram com o episódio, e tentaram fazer justiça
com as próprias mãos, seguindo o menino até jogá-lo no canal.
Lamento muito o ocorrido, sou um ser humano como
qualquer outro. Não sou a favor da violência, e nem apoio a justiça com as
próprias mãos. Acredito na justiça, registrei ocorrência no mesmo dia contra o
meu agressor pela internet e posteriormente de forma presencial na 126ª DP,
através do RO nº 126-03136/2019. Estou completamente arrasado e
psicologicamente abalado com minha deformidade permanente e confesso que não
queria expor e relembrar tais fatos, pois entendo que vivemos num momento muito
difícil para garantia dos direitos da nossa comunidade (LGBTQI+) e por
considerar tal fato frívolo.
Ressalto que nada que aconteceu tem ligação direta
ou indireta com o Grupo Iguais, que atua há mais de uma década em defesa da
comunidade LGBTQI+ de Cabo Frio e que os
trabalhos de nossa instituição sempre foram pautados pelo diálogo,
cordialidade, acolhimento, ética e transparência.
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