Ao que parece a saúde pública em Cabo Frio chegou ao fundo do poço, mas
continua cavando. Inúmeras denúncias passam pelas redes sociais, todos os dias,
em uma cidade em que o prefeito é médico e ostenta o título de possuir um dos
mais ineficientes serviços públicos de saúde do interior do Estado. Uma
verdadeira VERGONHA! Nesse fim de semana, o SUS em Cabo Frio do governo do Dr.
Adriano Moreno virou caso de polícia. E a vítima da vez foi a dona Claudia
Maria Vasconcelos Carvalho, moradora do Balneário das Dunas.
A “via crucis” dela
começou por volta das oito horas da noite de sábado (28/09), quando ela foi com
o marido, o Osvaldo Francisco da Conceição, de 54 anos, para a UPA do Parque
Burle (foto ao lado). Ele estava com uma crise de dores agudas na região
genital e os testículos inchados, sem poder andar direito. A UPA estava lotada
e eles não conseguiram atendimento. A dona Cláudia voltou pra casa. Como as
dores pioraram, ela voltou na UPA à meia noite com o marido e também não
conseguiu atendimento. A UPA do Parque Burle continuava cheia.
Foi então que a situação
que já estava ruim para a contribuinte cabofriense ficou ainda pior. Como as
dores e o sofrimento do marido não passavam, ela resolveu voltar à Unidade de
Pronto Atendimento às 5h da manhã, na esperança de conseguir uma solução e aí
descobriu que não tinha médico na UPA, nem na “sala vermelha”, o que é
considerado uma situação gravíssima e resolveu chamar a polícia. Rapidamente os
policiais chegaram e o assunto mudou. As atendentes disseram que havia médico
na sala vermelha para atender graves emergências, mas os policiais acompanharam
os servidores até o local e constataram que era mentira.
Cansada de insistir, ela
foi até o Hospital São José Operário (foto abaixo), em São Cristóvão, e
encontrou a unidade fechada (o que é normal, já que não se trata de uma unidade
de atendimento de emergência “porta de entrada” como UPA). Enquanto gravava um
vídeo falando de sua indignação, uma pessoa saiu por uma porta lateral, onde
descobriu ser acesso ao Hospital Central de Emergência (HCE). Dentro daquela
unidade, ela encontrou funcionários dormindo e recebeu a informação de que não
poderiam fazer nada para resolver o caso, afinal, aquela unidade só recebia
pessoas que chegavam de ambulância ou trazidas pelos Bombeiros. Aliás, segundo
a Dona Claudia, na UPA tinha ambulância, mas ela também não conseguiu que o
marido fosse removido para outra unidade, como o HCE por exemplo.
Depois de toda essa
peregrinação inútil nas unidades de saúde pública de Cabo Frio, na cidade do
médico prefeito, a Dona Cláudia desistiu e fez o que a maioria da população
cabofriense tem feito: procurar atendimento em outro município. Ela foi para o
Pronto Socorro de São Pedro da Aldeia, onde disse ter sido muito bem atendida.
Isso já passava das 06h da manhã de domingo (29/09). Lá, descobriram que o Seu
Osvaldo estava com a glicose em mais de 300 (ele é diabético) e então foi
medicado e encaminhado aos exames de praxe. Felizmente agora ele passa bem.
A Dona Cláudia poderia
ser mais uma entre tantas e tantas cidadãs e cidadãos cabofrienses que se
conformam com a incompetência, a ignorância e o descaso dos administradores da
saúde pública no município de Cabo Frio, mas resolveu não se calar. Ela foi até
a delegacia de Cabo Frio e registrou um Boletim de Ocorrência e agora promete
levar o caso ao Ministério Público e ao CREMERJ, para denunciar o prefeito
médico e os colegas dele “gazeteiros de plantão”. Fica cada vez mais com
evidência de verdade a grita das redes sociais: de que o governo do Dr. Adriano
Moreno privilegia os donos de clínicas e hospitais (de onde vêm aliás os seus
executivos da Secretaria de Saúde) em detrimento do sucateamento do SUS na
cidade.
Fonte: plantaodoslagos.com.br
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