O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro
(MPRJ) e a Polícia Civil cumpriram nesta quinta-feira (3) sete mandados de
busca e apreensão na Operação Plastógrafos, que investiga suspeitos de cobrar
propina por alvarás em Armação dos Búzios, na Região dos Lagos.
Segundo o MPRJ, entre os locais onde os mandados
foram cumpridos estão endereços ligados ao ex-secretário de Fazenda do
município, Marcelo Chebor da Costa; ao ex-vereador e ex-chefe de gabinete da
Prefeitura, Lorram Gomes da Silveira; e a despachantes. O ex-secretário foi
preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo.
A ação aconteceu também nas cidades de Cabo Frio e
Rio das Ostras e foram apreendidos documentos, cheques, dinheiro, armas e
relógios.
A investigação revelou que o valor cobrado por cada
alvará variava em média de R$ 5 mil a R$ 6 mil, mas teve empresário que chegou
a pagar R$ 30 mil.
"No curso da investigação, iniciada após
notícia-crime apresentada pelo atual coordenador de Posturas da cidade de
Búzios, diversos empresários foram ouvidos e destacaram a intermediação dos
despachantes alvos da operação desta quinta", divulgou o MPRJ.
Durante a operação, foram apreendidos documentos,
cheques e dinheiro — Foto: Laila Hallack/Inter TV
A ação contou com agentes do Grupo de Atuação
Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPRJ, com o apoio da Coordenadoria
de Segurança e Inteligência (CSI), e de policiais civis da 127ª Delegacia de
Polícia de Búzios.
"A operação tem por objetivo robustecer o
acervo probatório, permitindo a identificação da conduta de cada um dos
envolvidos", disse o MPRJ.
O ex-vereador Lorram disse à equipe de reportagem da
Inter TV que ficou surpreso com a ação e que está à disposição da Justiça.
“Estou à disposição da Justiça. Sou autor de leis
dentro do município que favoreceram a desburocratização de muitos serviços
públicos. Tô muito tranquilo em relação a tudo isso, à disposição da Justiça
para qualquer esclarecimento”, disse.
Em nota, a Prefeitura de Búzios informou que foi a
atual gestão que revelou as suspeitas do esquema à polícia, quando um
contribuinte reclamou que não conseguia emitir uma nota fiscal eletrônica e se
constatou uma fraude no documento.
"Assim, por determinação do atual prefeito
Henrique Gomes, deu-se inicio a investigação interna que levou à descoberta de
mais falsificações e o caso encaminhado à polícia que deu prosseguimento à
investigação", diz parte da nota.
A Prefeitura divulgou também que "repudia esse
tipo de comportamento e trabalha constantemente com a transparência das
ações".
Ainda segundo o município, a Prefeitura está tomando
medidas concretas para que casos como este não voltem a acontecer:
A nota da Prefeitura diz que o município implantou
um sistema informatizado que integra os órgãos públicos envolvidos no registro
de empresas com objetivo de desburocratizar os processos de abertura e
alteração de empresas e dar mais segurança ao processo.
"Quanto aos processos antigos, que foram
protocolados fisicamente com as exigências por cumprir, serão arquivados e os
solicitantes serão encaminhados a utilizar a plataforma eletrônica e em breve
já estará implantado, por ação da nova gestão, o alvará automatizado", diz
o texto divulgado pela Prefeitura.
O G1 tenta contato com a defesa do
ex-secretário.
Fonte: g1.globo.com
Comentários
Postar um comentário