LEI
ÁUREA : CURTA E GROSSA!
A tão laureada Lei Aurea na verdade é uma Lei curta,
talvez a mais curta de toda a nossa história, possui apenas dois artigos
(primeiro que cria a abolição e o segundo que revoga as disposições
contrárias).
E também se revelou uma Lei grossa, pois não
contemplou aos libertos nenhum ressarcimento a quase um século de escravidão e também
não compensou os ruralistas de suas perdas financeiras.
A Princesa Isabel foi incauta e, talvez mesmo bem
intencionada, decretou uma catástrofe social em nosso país.
O HOMEM NEGRO NO BRASIL
Historicamente no Brasil o movimento abolicionista
desenvolveu-se a reboque da Revolução Francesa e da Guerra Civil Norte
Americana.
Em 1865 por intermédio da 13ª Emenda da Constituição dos EUA, foi
extinta a escravidão naquele país e cerca de 10.000 afro-americanos foram
contemplados com 40 acres de terra e uma
mula.
Em 1888, quase um século após a abolição da
escravidão nos EUA, o Brasil decreta via Lei Áurea a libertação dos escravos. E
cerca de um milhão de afrodescendentes foram catapultados a um mercado de
trabalho que os segregavam e sem direito a nenhuma ação reparatória.
No século seguinte continuamos a reboque dos EUA, e o
movimento “Black Power” e a cultura “Black is Beautifull” pouco frutificaram
por aqui. Ressalto culturalmente os expoentes Tony Tornado, Tim Maia e Gerson
King Combo.
Malcolm X e Martin Luter King, ativistas afro
americanos não reverberaram suas ideologias nos trópicos e apenas no fim do
século XX, mais especificamente após o “Centenário da Abolição”(1988), que
conseguimos consolidar algumas conquistas e consagrar algumas lideranças.
Carlos Alberto de Oliveira (Caó), Deputado autor da Lei que criminaliza o racismo; Abdias Nascimento, militante e Senador da República; e o Senador Paulo Paim (PT-RS) que ainda nos orgulha, militando pelo exemplo e retidão de caráter.
Carlos Alberto de Oliveira (Caó), Deputado autor da Lei que criminaliza o racismo; Abdias Nascimento, militante e Senador da República; e o Senador Paulo Paim (PT-RS) que ainda nos orgulha, militando pelo exemplo e retidão de caráter.
O HOMEM NEGRO NO RIO DE JANEIRO
O Estado do Rio de Janeiro era a capital do Império
na data da abolição da escravatura e sofreu os maiores efeitos sociais dessa
catarse social.
A favelização de seu território e a escalada da
violência causada pela desigualdade social, encontram resistência na
efervescência cultural e na politização de nosso povo.
Agrupamentos culturais como “Farofa Carioca”,
Melanina Carioca” e “Nós do Morro” se unem a ONGs como a CUFA (Central Única
das Favelas) e formalizam contraponto ao crime organizado, milícias e facções.
O HOMEM NEGRO EM CABO FRIO
Cabo Frio a capital cultural e referência econômica da região dos lagos,
sofreu muito com todo o processo advindo abolicionista.
Com a decadência da indústria salineira e a
inatividade da Álcalis, a questão social se agravou e as políticas de segurança
dos últimos governadores se revelaram desastrosas.
A UPP migrou a violência e aumentou o risco social
dos jovens negros da periferia da cidade.
Agora o Governador Wilson Witzel com sua política de
segurança apresentou um fato novo para a nossa região: o enfrentamento!
Todo o fim de semana perdemos dois ou três jovens.
Homens, negros e com idade entre 16 e 28 anos.
Algo tem que ser feito.
É URGENTE!!!
TEMOS QUE USAR MAIS QUE A CONSCIÊNCIA!!!
TEMOS QUE USAR A NOSSA HUMANIDADE!!!
Marcos Chaves
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