O prefeito de Cabo Frio, Adriano Moreno, pediu um
prazo de 24 horas para avaliar o pedido feito por empresários
de reabertura do comércio da cidade. Os empresários se reuniram com o
prefeito na noite desta quinta (26). Segundo uma fonte ouvida pela Folha, que
participou da reunião, a tendência é que Adriano recue e flexibilize o
decreto para atender aos pedidos.
A proposta principal é reabrir os estabelecimentos
em horário reduzido, com expediente diário de seis horas, e intervalo de 15
minutos para os funcionários.
Claudio Viviani, dono da Lagos Tintas, disse que
será pedido um alongamento nos prazos para o pagamento de impostos.
– Conversamos há bastante tempo sobre essa pandemia,
só que estamos preocupados com a pandemia financeira. Daqui a dois meses o
vírus estará estabilizado, mas o caos financeiro vai trazer mais falidos do que
falecidos. O caos já existe. Vão acabar os recursos para os trabalhadores,
empregadores e setor público – argumenta Viviani, que defende o isolamento
apenas para idoso e pessoas do grupo de risco.
O empresário Hugo Cecílio, da BoiBom, minimizou o
impacto do Covid-19 e defendeu a reabertura imediata do comércio, também sob a
argumentação do colapso econômico.
– O que estão fazendo com Rio e São Paulo chega a
ser criminoso. A crise econômica vai ser muito mais grave que a de saúde.
Depressão vai matar muito mais. As pessoas não vão ter mais o que comer. Alguns
comerciantes não vão ter dinheiro para pagar as suas contas – afirmou.
Entidades pedem ajuda à Câmara dos Vereadores
Um grupo de entidades ligadas ao comércio e ao
turismo de Cabo Frio recorreu ao Poder Legislativo para reduzir o impacto
financeiro sobre a parada forçada nas atividades, em função da quarentena
imposta como prevenção ao coronavírus. O grupo enviou uma carta para o
presidente da Câmara Municipal, Luis Geraldo (Republicanos), para pedir a
intermediação junto ao governo municipal e às concessionárias de água e energia
elétrica, para conseguir medidas que deem fôlego financeiro nesse momento de
queda de arrecadação.
Da prefeitura, as entidades pedem a criação de uma
linha de crédito municipal, rápida e com juros baixos; isenção de Imposto sobre
Serviços (ISS) no período da quarentena e reparcelamento do IPTU, com a
primeira parcela a pagar 60 dias depois do fim da quarentena. Das concessionárias
Enel e Prolagos, o grupo pede a suspensão dos cortes por falta de pagamento
enquanto durar a quarentena; financiamento das contas que estejam em atraso
pelo mesmo período; proibição da taxa mínima de consumo (Prolagos) e da demanda
e da contribuição do serviço de iluminação pública (Enel), bem como a
unificação dos valores da conta da Enel pela tarifa mais barata do consumo
faturado ponta e fora de ponta de todos os grupos, e por fim; a obrigatoriedade
de cobrança apenas do que for consumido de água e energia elétrica dos
consumidores.
A carta é assinada pela Associação Comercial,
Industrial e Turística (Acia); Associação dos Comerciantes da Rua dos Biquinis
(Acirb), Sindicato Moda Praia; Associação de Hotéis e Restaurantes; Associação
Costa do Peró, Associação de Engenheiros e Arquitetos da Região dos Lagos
(Asaerla); Associação de Agências de Viagem, Transportes, Operadoras e Serviços
de Turismo da Costa do Sol (Agenvi) e Convention Bureau.
“A nossa saúde, de nossa população e de nossos
visitantes deve, como está ocorrendo, vir sempre antes de qualquer outro
interesse. Porém não podemos nos esquecer da saúde financeira de nossas
empresas e comércios. O já combalido movimento comercial de nossa cidade foi
duramente golpeado pelo vírus”, diz trecho da carta enviada a Luis Geraldo.
Acia pede reabertura de lojas de construção e de
conveniência em postos de gasolina em Cabo Frio
A Associação Comercial, Industrial e Turística
(Acia) de Cabo Frio / Tamoios está solicitando à Prefeitura alterações de forma
imediata em decreto municipal para o combate do coronavírus. O pedido foi feito
através de carta aberta assinada pela presidente da entidade, Patricia
Cardinot, ao prefeito Adriano Moreno. O objetivo é que o município libera a
reabertura de lojas de material de construção e de conveniência em postos de
gasolina, assim como fez o prefeito da capital do estado, Marcelo Crivella.
Segundo Patricia Cardinot, os lojistas que abrirem
precisam continuar seguindo as medidas de prevenção necessárias, estipuladas
pelas autoridades de Saúde. Ela pondera que ainda não é favorável à abertura de
todo o comércio, devido ao fato de que a estrutura precária do sistema de saúde
entraria em colapso com uma possível multiplicação de casos na cidade.
– Deve haver o distanciamento de segurança entre as
pessoas. As aglomerações não podem ser permitidas de forma alguma. E os
comerciantes evitar que idosos e pessoas de grupo de risco trabalhem dentro
desses locais – observou Patricia Cardinot.
Fonte: folhadoslagos.com
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