Um documento revela que o governo do Rio de Janeiro foi alertado sobre o
risco de fechar contrato com organização social Iabas para a construção dos
hospitais de campanha. O aviso foi feito há dois meses pela Procuradoria Geral
do Estado.
A Procuradoria Geral do Estado enviou em abril o documento ao governo do
Rio de Janeiro, informando que o contrato com a organização social Iabas
representava um risco aos cofres públicos. Mas o governo ignorou o parecer e,
além de manter o contrato integral com o instituto para construir e administrar
sete hospitais de campanha no estado, ainda pagou 8 vezes mais que o valor
previsto como pagamento antecipado.
De acordo com o contrato, o Iabas deveria receber antecipadamente pouco
mais de R$ 8 milhões, valor equivalente a 1% do total contratado. Mas antes
mesmo do início das obras, o governo já havia pago ao instituto quase R$ 70
milhões.
Normalmente, os pagamentos antecipados são feitos mediante vistorias nas
obras. Mesmo sem esse procedimento, e antes do primeiro hospital de campanha
estar pronto para receber pacientes, o governo pagou mais R$ 196 milhões à
organização social.
Mesmo tendo o contrato rompido com o governo, o Iabas já recebeu mais de
R$ 256 milhões e só entregou, parcialmente, o hospital de campanha do Maracanã.
Os outros seis ainda estão de portas fechadas. O governador Wilson Witzel disse
que vai entrar na Justiça para que o instituto devolva o dinheiro aos cofres
públicos.
Na opinião de especialistas, tudo isso poderia ter sido evitado se o governo
tivesse sido mais cauteloso com a escolha da organização social.
Segundo a Secretaria de Saúde do estado, o hospital de campanha de São
Gonçalo deve começar a receber pacientes em oito dias. As outras cinco unidades
seguem sem previsão de inauguração.
Em nota, o governo afirmou que “Os pagamentos foram efetuados porque o
contrato com o Iabas estava em vigor. Vale ressaltar que os contratos
celebrados pelo Governo do Estado do Rio, através da Secretaria de Saúde, com o
Iabas estão sendo auditados pela Controladoria Geral do Estado. Novas
auditorias estão sendo realizadas por uma força-tarefa de auditores da
Secretaria de Saúde para averiguar possíveis irregularidades em relação a
compras e serviços realizados pelo instituto. Um dos escopos dessa auditoria é
a devida prestação de contas dos recursos transferidos à OS para a gestão
dos hospitais de campanha.”
Fonte: noticias.r7.com
Comentários
Postar um comentário