Composto orgânico aplicado em tecido se mostra eficaz para para eliminar o coronavírus; fórmula é mantida em segredo pelos pesquisadores do Senai — Foto: TV Globo
Pesquisadores do Centro de Tecnologia da Indústria
Química e Têxtil do Senai, no Rio de Janeiro, desenvolveram um composto
orgânico que, quando é aplicado em tecidos, mata partículas do coronavírus.
Além de eficaz, o produto tem baixo custo de produção.
O composto é desenvolvido no laboratório localizado no
Fundão, na Ilha do Governador, Zona Norte da capital. Desde março, equipes de
médicos, microbiologistas, engenheiros têxteis, de materiais e químicos vêm
trabalhando no produto.
Os pesquisadores testaram a fórmula em dois tecidos:
poliamida e poliéster. O composto orgânico é colocado em contato com os panos,
que são aquecidos a 120°C. Dessa forma, o produto fica retido nos tecidos.
Depois desse processo, os testes comprovaram que
partículas de coronavírus que entram em contato com a poliamida e poliéster são
mortas em um minuto.
“Você coloca a mão na máscara, depois coloca a mão na
superfície e isso aí acaba, na verdade, favorecendo, deixando o usuário mais
seguro, e o ambiente”, apontou Adriano Passos, que é coordenador da plataforma
de fibras do Instituto Senai de Inovação em Biossintéticos e Fibras.
Outro pesquisador envolvido no projeto enfatizou que o
composto passou por testes com padrões internacionais para comprovar sua
eficácia.
“Nós seguimos toda uma norma internacional, ISO, que é
mundialmente utilizada para essa finalidade, e esse químico ele inativou, teve
a nota máxima de inativação [do coronavírus]”, disse Raphael Bergamini.
A fórmula é mantida sob segredo pelos pesquisadores,
mas eles adiantam que o custo do material é baixo e, portanto, sua produção é
barata. A pesquisa foi feita em parceria com uma empresa têxtil que será a
primeira a usar a técnica.
Agora, os pesquisadores pretendem descobrir depois de
quantas lavagens o composto orgânico continua matando o vírus nos tecidos com
eficiência.
“Os próximos passos são nós avaliarmos essa questão da
lavagem, da durabilidade desse químico na lavagem, caso ele não demonstre uma
boa resistência à lavagem, nós vamos trabalhar em cima disso, para viabilizar
isso. Mas, mesmo assim, ele já pode ser usado em diversos tipos de materiais
que não precisam, que não necessitam de resistência à lavagem”, explicou
Bergamini.
A expectativa dos pesquisadores é colocar tudo em
prática já nas próximas semanas. Num primeiro momento, vão ser confeccionados
aventais, máscaras e pijamas cirúrgicos. O primeiro lote vai ser doado para
hospitais e asilos. Mas, o potencial do estudo desenvolvido é ainda maior.
“Você ao entrar num transporte, seja ele um avião, ou
até mesmo um táxi, e tudo mais, a pessoa pode estar colocando uma capa, essa
capa pode estar funcionalizada com esse químico e vai garantir que vai estar
inibindo caso a pessoa ou o ambiente esteja contaminado com o vírus da Covid”,
ressaltou o coordenador da pesquisa, Adriano Passos.
Fonte: g1.globo.com
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