Plano de Saúde? O SUS da Classe Média
Semana retrasada eu e minha esposa tivemos a excelente notícia de que estamos grávidos e junto com essa preciosa informação seguem algumas preocupações naturais, a mais importante delas, o acompanhamento médico, para que a criança possa nascer saudável e com toda a assistência necessária a sua dignidade.
Mas, como sempre diz o nosso saudoso amigo Álex Garcia, sabiamente, a vida tem sempre um mas, foi então que começamos uma jornada de pesquisa no banco de dados do nosso plano de saúde, AMIL, em busca de um(a) Ginecologista\Obstetra que nos atendesse de acordo com o que consideramos digno.
Após muita pesquisa, conseguimos agendar na semana passada uma consulta e na data da mesma seguimos felizmente para a nossa primeira consulta.
Como alegria de pobre dura pouco, obviamente não seria diferente com a gente, pois, assim que chegamos ao consultório, percebemos que se tratava de uma sala no qual se atendiam três especialidades médicas, sendo, Psicóloga, que cuida de pessoas estressadas, em geral, Fisioterapeuta, que cuida de pessoas com lesões musculares e da Ginecologista\Obstetra, que cuida de gestantes.
Até então tudo bem, se não fosse o espaço destinado a sala de espera, que disponibilizava de apenas cinco assentos, no máximo.
A cena que presenciei foi de uma sala de espera cheia, uma mulher sentada na privada (por falta de assento), acompanhada de um rapaz em pé na porta do mesmo e duas mulheres em pé, na porta do consultório , todos com fisionomia nada agradável.
Passados alguns minutos, chegam mais duas mulheres, uma delas aparentando seis meses de gravidez, que também tiveram que permanecer em pé, no corredor do prédio, sem nenhuma ventilação.
Pra fechar com chave de ouro, o responsável pela limpeza do edifício, exercendo nobremente a sua função, começa a limpar o piso do corredor, sem ventilação, com um produto químico de cheiro extremamente forte, apesar de bom.
Resumindo, decidi naquele exato momento que a minha esposa e meu filho(a) não mereciam aquele tratamento extremamente inadequado, pois estava ferindo a dignidade da pessoa humana, um preceito constitucional.
Sei que os planos de saúde pagam mal aos seus agregados, mas isso não justifica tratar seus associados com tamanho descaso.
Saímos de lá e começamos mais uma jornada de pesquisa, dessa vez em busca de um(a) Ginecologista\Obstetra particular e posso afirma-los que fomos bem sucedidos dessa vez.
O consultório da médica que nos atendeu tem um tamanho similar ao anterior, mas com uma só especialidade e o atendimento extremamente organizado, de maneira que os pacientes não aguardem de pé ou em um corredor sem nenhuma circulação de ar.
Pediremos a restituição do valor pago pela consulta ao plano de saúde e sabemos que será mais uma árdua tarefa a ser cumprida, mas, dessa vez, com o nosso filho(a) sendo tratado(a) com a dignidade necessária.
Não poderia deixar de relatar que, ao chegar em casa, mandei a reclamação em questão para o CREMERJ e para o CFM, mas, para minha surpresa, fui informado que a sala do CREMERJ é exatamente no prédio em que fomos atendido de maneira indevida, ou seja, sai para comprar uma pizza, mas antes, fiz questão em deixar o recado dado, em especial, nas redes sociais.
Como bem disse o meu amigo José Facury, Plano de Saúde é o SUS da Classe Média.
Aproveito a ocasião para agradecer o apoio moral dado pelos amigos e colegas.
Vocês são nota 10.
Comentários
Postar um comentário