As siglas inventadas pelo atual governador do Estado, Sérgio Cabral, causaram sensação à camada mais privilegiada da sociedade que acredita em siglas como solução dos problemas. È fato no Brasil de que quando uma sigla não pega, ou não atinge o objetivo, muda-se o nome para evitar desgaste. Bom, na minha opinião, sigla não serve para nada, exemplo disso, é a CIA (a agência de espionagem norte americana que só serve para criar problemas e não se iludam se agentes dela não estiverem por detrás dos últimos acontecimentos entre as duas Coréias).
A inteligência brasileira sempre foi uma lástima e não fosse o suporte norte americano neste aspecto, a luta armada no Brasil teria sido muito mais difícil de ser combatida. Os agentes brasileiros, os chamados arapongas, aprenderam com os americanos a torturar e matar, igualzinho como eles fazem com os muçulmanos na prisão de Guantanamo (na ilha Cubana).
Mais uma vez observamos a inteligência brasileira ser enganada. O crime organizado se rebelou contra as siglas do governador e resolveu colocar o bloco na rua. O aparelho de segurança do estado foi pego de surpresa. Surpresa!?
E agora, com base ainda nas informações da inteligência, surgem comentários que as UPPs não promovem a migração da criminalidade para o asfalto e nem para a periferia do Rio. Onde mesmo, cara pálida?
E os carros que foram queimados
Aí vem aquela conversa mirabolante de que os comandos da segurança já identificaram um traficante “hospedado” no presídio federal de Catanduvas como o mandante dos últimos ataques.
Isso realmente é atentar contra a nossa inteligência e menosprezar a capacidade dos chefões do crime organizado que estão à frente das quadrilhas que dominam todo o Estado. Eu disse todo o Estado. Não são só morros e favelas. É no Estado inteiro.
Vejamos: se as UPPs não promovem a migração da criminalidade para a periferia do Rio, como a inteligência da polícia explica a quantidade de fuzis de grosso calibre na região, como explica os carros incendiados e os PMs executados?
Vejamos que o crime organizado tem siglas mais firmes do que estas que os políticos costumam inventar.
O crime organizado no Rio começou a se organizar quando a inteligência do aparelho de segurança colocou dividindo os mesmos espaços os chamados presos políticos e os bandidos da época (década de 70), quando o forte da criminalidade era assalto a banco.
Surgiu a partir daí a Falange Vermelha, que era mais ou menos um INSS do crime organizado. Os bandidos que estavam presos e suas famílias, recebiam benefícios daqueles que estavam à frente do crime, que começava a explorar com mais vigor o tráfico de drogas. Era mais ou menos um seguro desemprego.
Mas veio uma turma mais forte e resolveu que o crime organizado deveria ter um exército para proteção do negócio e alavancar outros negócios como roubo de carga, roubo de automóveis, seqüestro, etc. E a organização do crime foi crescendo enquanto a inteligência do aparelho de segurança estacionava. Surgiu então o Comando Vermelho com a sigla CV. E num episódio dramático onde morreram policiais e bandidos, no conjunto dos bancários, o assaltante de bancos Zé Bigode, sustentou mais de 12 horas de tiroteio contra a polícia. O fato é narrado no livro 400 contra um de, William da Silva Lima, o “Professor”, tido como um dos criadores da Falange Vermelha.
Depois disso surgiu uma nova versão para o Comando Vermelho, isso já no final da década de 80. Tomou posse do Comando Vermelho, o traficante Rogério Lengruber, o Bagulhão, que inventou o Comando Vermelho Jovem, que passou a recrutar jovens, especialmente aqueles que iam para a reserva do Exército e aprenderam a atirar com vários tipos de armas, a manusear fuzis como o AR15 e que receberam cursos de comando.
A partir daí se firmou a sigla CVRL que identificava o Comando Vermelho Rogério Lengruber, com essa nova filosofia do enfrentamento. Então, como povo, teremos que observar o desfecho da história e saber quem vence, quais siglas sobreviverão ao massacre.
Que o governador e seus apaniguados como o prefeito de Cabo Frio aprendam que a lei do mundo ainda é dente por dente, olho por olho. Afinal, as mais de 400 mil pessoas que sobrevivem do tráfico de drogas no Estado do Rio precisam sobreviver e elas, aparentemente, não sabem fazer outra coisa senão dar tiro, jogar granada, soltar morteiro, endolar a droga, vender, servir de avião, montar um estica da boca e por aí vai.
Não vimos em nenhum momento, Senai, Sesc, ou qualquer outra sigla ser oferecida àqueles que ainda vivem sob o manto das siglas do crime organizado.
Violência, não se combate com violência. Aprenderam?!
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